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Golpistas burlam identificador de chamadas e se passam por bancos; saiba como se proteger

Fraude consegue fazer com que o número que aparece na tela do celular seja o mesmo do banco da vítima.

Golpistas estão burlando o identificador de chamadas telefônicas para se passar por bancos e aplicar fraudes no Rio Grande do Sul. A denúncia do “falso call center” foi veiculada na edição de sábado (2) do Jornal Nacional.

Uma consultora de vendas de Santa Cruz do Sul, a cerca de 120 km de Porto Alegre, pensou que a ligação que recebeu era do banco. O número que apareceu na tela do celular era igual ao da central telefônica que ela tinha armazenado na própria agenda do telefone.

“A gravação é exata com as mesmas opções, mesma locução. É a mesma locução inclusive, eu tenho gravado e eu ligo, é a mesma, é tudo igual”, relata a mulher, que prefere não se identificar.

Durante o contato telefônico, um golpista perguntou se a consultora de vendas tinha feito compras e pagamentos de boletos no valor de R$ 16 mil. Para cancelar as despesas e receber o dinheiro de volta, ela teria que transferir a quantia para outra conta corrente. A mulher acabou realizando a transação.

“Significa a perda de toda uma economia de anos. Eu não só perdi uma parte de uma poupança, mas também foram compras no cartão de crédito. Eu precisei pagar o cartão de crédito para não virar uma bola de neve. Tive que fazer um empréstimo para poder pagar”, lamenta.

Golpes de falsas ligações de call centers fakes se espalham — Foto: Reprodução
Golpes de falsas ligações de call centers fakes se espalham — Foto: Reprodução

Tentativa de golpe a repórter

O repórter Giovani Grizotti, da RBS TV, recebeu o mesmo tipo de ligação. O número era igual ao do banco. Inicialmente, o jornalista ouviu uma gravação para confirmar uma suposta compra pela internet.

“Entramos em contato para verificar se reconhece uma compra online no valor de R$ 4.790. Caso reconheça, digite 1 e realizamos a liberação da sua compra. Caso não reconheça, digite 2 e fale imediatamente com um de nossos atendentes”, dizia a mensagem.

O repórter discou o número 2. Um segundo golpista atendeu e perguntou se foi feita a compra.

Repórter: Não, eu não fiz essa compra.

Golpista: Vamos fazer o cancelamento?

Repórter: Pode, pode sim.

Diante da sinalização positiva, o homem pede a senha. Ao receber um número errado, ele desliga.

Golpista: Vou pedir para o senhor informar aqui na ligação a sua senha de transação, por gentileza.

Repórter: 0171.

Golpista: Senhor? A senha de transação contém 6 dígitos, senhor.

Saiba como evitar o golpe

O advogado e especialista em crimes cibernéticos José Milagre diz que são utilizados aplicativos para reproduzir o número dos bancos.

“Estes números que as pessoas recebem ligações que são idênticos aos de instituições oficiais são falseados por meio de programas e sistemas que permitem que se altere o ID do originador da chamada, colocando, inclusive, o número de uma instituição financeira”, alerta.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirma que deve implementar em abril uma ferramenta para bloquear chamadas adulteradas.

O diretor-adjunto de serviços da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Valter Faria, pontua que os “bancos trabalham de forma passiva, aguardando que o cliente ligue pros números das centrais de atendimento”.

“Então, se você receber uma ligação em que se está identificando como determinado banco, antes de qualquer ação ou passada de informação sobre suas credenciais bancárias, a recomendação é essa: desligue e ligue para o seu banco”, frisa.

G1/Globo

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