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Infectologista alerta para aumento dos casos de doenças respiratórias nos próximos meses: “Preparem-se”

Médica também listou recomendações para que a população se proteja da melhor maneira

Os meses de maio, junho e julho serão favoráveis para a circulação e, consequentemente, aumento de casos ligados a doenças respiratórias entre a população curitibana. O alerta foi feito à Banda B pela médica infectologista da Prefeitura de Curitiba, Marion Burger, durante entrevista nesta segunda-feira (25). Segundo ela, as pessoas devem manter os cuidados de higiene nos meses de inverno que se aproximam.

“Em 2022, a gente tem a circulação normal destes vírus respiratórios para esta época do ano, que começam e aumentam daqui para frente. Então, preparem-se. Vírus e bactérias tendem a aumentar e aí começamos a ver os casos de meningite, os casos de gripe, vamos continuar com os casos de Covid, porque este vírus veio para ficar. Então, os próximos meses serão de grande circulação de vírus e bactérias de transmissão respiratória”, iniciou.

Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), em parceria com o Instituto de Química (IQ-USP) e o Hospital Sírio Libanês, do qual a reportagem da Banda B teve acesso, aponta que há alta probabilidade de surgirem novas variantes mais perigosas da Covid-19 nos próximos meses.

Foi observada na pesquisa que o coronavírus é ainda mais mutável do que se imaginava. Isso porque a proteína Spike, parte superficial do vírus que faz contato com as células humanas, segue evoluindo. Foram analisados diversos aspectos do vírus, como seu potencial de mutação, a capacidade de controle do sistema imune, a transmissibilidade e a eficácia das vacinas.

“A principal conclusão a que chegamos é que não devemos deixar o vírus circular, porque não sabemos como serão as variantes nos próximos meses”, afirma Cristiane Guzzo, professora do Departamento de Microbiologia do ICB-USP e pesquisadora principal do artigo.

Burger associa os riscos da Covid-19 apontados pelos pesquisadores da USP e do Hospital Sírio Libanês com a rotina das pessoas.

“Temos isso tudo e mais um pouco. Na realidade esta situação é multifatorial, hoje nós temos mais doenças respiratórias do que tivemos nos anos anteriores. Por um lado, pelo fato das pessoas estarem convivendo proximamente e as aglomerações/reuniões estarem acontecendo e, por outro, os vírus respiratórios, que haviam deixado de circular nos últimos dois anos, mas agora estão ávidos pelas pessoas. Associado a isso tudo ainda, nós temos os quadros alérgicos, que acontecem nessa época do ano também de uma forma mais intensa pelo acúmulo de poeira, ácaros, nos locais fechados, manifestando reações alérgicas entre aquelas pessoas que já possuem rinite, asma, bronquite, etc”, comentou.

Quais cuidados devo tomar?

Segundo a médica, entre janeiro e março, cerca de 15% dos atendimentos médicos, nas unidades básicas de saúde e/ou consultórios, estão ligados às doenças respiratórias. O quadro, no entanto, muda a partir do mês abril já que os dados passam a registrar um aumento contínuo de diagnósticos ligados. Marion diz que o ápice das consultas de doenças respiratórios acontece nos meses de junho e julho em Curitiba, chegando a atingir 25% dos atendimentos.

Diante da situação, a médica começa a fazer alertas e recomenda, por primeiro, que as pessoas mantenham a vacinação em dia.

“A vacina da gripe é muito importante que ela seja feita antes que o vírus comece a ‘circular de verdade’ nos meses de maio e junho. Então, abril é o mês que a gente começa a campanha de vacinação e as pessoas devem procurar a vacina porque depois que o vírus está circulando, e já pegou todo mundo, não adianta sair correndo querer vacinar. Mas, as outras doenças também são importantes e devemos manter as vacinas em dia. O Sarampo, por exemplo, também é transmitido por um vírus que é respiratório. Então, quem ainda não tem a vacina conjunta (Caxumba e Rubéola) em dia, tem que ser feita antes que este vírus comece a circular. Esperamos que não tenhamos mais surtos de Sarampo, como tivemos em 2019″, pontuou.

Além disso, a médica também falou sobre a importância de manter os ambientes bem ventilados para a circulação do ar, a higienização constante com água e sabão e/ou álcool gel, além de manter a chamada considerada “etiqueta respiratória”.

“Nunca tossir/espirrar nas palmas das mãos, mas sim, no cotovelo ou dentro da própria roupa, se tiver, um lenço descartável para depois jogá-lo fora. Lembramos a necessidade de não compartilhar copos e canudos com outras pessoas. Estes cuidados são fundamentais, principalmente, nesta época do ano porque não é só Covid que a gente pode passar. Todas estas outras infecções também são transmissíveis (…) que circulam muito neste mês de abril e maio”, completou.

Uso de máscaras para controlar doenças respiratórias

Mesmo com o fim da desobrigação do uso de máscaras nos ambientes abertos e fechados em Curitiba e no Paraná, qualquer pessoa que esteja com sintomas respiratórios tem a obrigação de usar máscara.

“Então, se a máscara, hoje, não é mais obrigatória nos ambientes abertos e fechados, é sim obrigatório usar máscara para qualquer sintoma respiratório (…) caso você não possa ficar sozinho(a) em casa, dentro do seu quarto, em seu próprio ambiente”, finalizou.

Banda B

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