Paranaense acusado de matar esposa no Japão diz que também assassinou filha porque ‘sem mãe seria muito triste’, aponta investigação
![](/wp-content/uploads/2024/03/anderson-brasileiro-780x470.webp)
Segundo polícia japonesa, declaração foi feita em ligação a um amigo. Investigação aponta que Anderson Barbosa cometeu os crimes por medo da esposa se divorciar e ele perder autorização para ficar no país.
Investigações da polícia japonesa indicam que o brasileiro Anderson Barbosa, acusado de matar a esposa e a filha do casal, revelou a um amigo ser o responsável pelas duas mortes.
Inicialmente, conforme as investigações, Anderson só dizia ter matado a esposa. As mortes foram em 2022. Relembre abaixo.
“Bati na esposa e acabei matando. Sem mãe seria muito triste e acabei matando a filha também”, afirmou o homem, de acordo com o documento.
Segundo o inquérito japonês, a frase foi dita por ele em uma ligação a um amigo no dia 22 de agosto de 2022, dois dias antes das vítimas serem encontradas mortas dentro do apartamento da família.
Natural de Londrina, no norte do Paraná, Anderson é acusado de assassinar a facadas Manami Aramaki, de 29 anos e a filha Lily, de 3 anos. Ele está preso preventivamente desde julho de 2023.
No Brasil, Anderson é réu pelas mortes e responde por homicídio duplamente qualificado. A denúncia contra ele foi oferecida pelo Ministério Púbico Federal (MPF) e aceita pela Justiça. Simultaneamente, a investigação policial japonesa, agora concluída, continuava tramitando contra o homem.
Em nota, a defesa de Anderson afirmou que o relatório é “incompleto, sem tradução integral e oficial dos fatos, e não pode servir de base para apontar adequadamente a dinâmica dos fatos”.
Receio de divórcio motivou o crime, segundo polícia
![Manami Aramaki, esposa de Anderson, brasileiro preso após ficar quase um ano foragido — Foto: Reprodução](http://s2-g1.glbimg.com/RrMuYMkhpjmCTyy4ZHTaEpjjkgA=/0x0:1200x630/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/K/F/fw8h7QTkSdF7gARamyvg/manami-frost.jpg)
Segundo a investigação, a motivação para o crime foi o fato de Anderson ter medo que a esposa Manami pedisse o divórcio e ele perdesse o Certificado de Residência no Japão, documento que autorizava a permanência dele no país.
A polícia apurou que Manami enviava mensagens a amigos falando que queria se separar de Anderson.
Dias antes dos crimes, eles brigaram, de acordo com a polícia japonesa.
O caso:
As mortes
Segundo a investigação, Anderson primeiramente matou Manami e depois, Lilly. As duas foram assassinadas a facadas.
Em mensagens trocadas com uma amiga, Anderson disse ter assassinado a esposa, mas negava ter matado a filha. Na conversa, o homem disse que Manami havia assassinado a filha e, por conta disso, ele a matou.
Estas mensagens compuseram o inquérito da Polícia Federal (PF) no Brasil e foram usadas pelo MPF na denúncia contra ele.
Agora, as investigações japonesas indicam que “seria impossível que Manami tivesse assassinado Lilly”, porque a mulher foi esfaqueada antes da criança.
Fuga e nome na lista da Interpol
![Momento em que Anderson Robson Barbosa foi preso em São Paulo (SP) pela Polícia Federal — Foto: Reprodução/PF](http://s2-g1.glbimg.com/r621b9sVJ1ZjTHq-M6N96KmYSHg=/0x0:1600x1200/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/A/n/3qKwiFQ1KecBRZWFY8sQ/whatsapp-image-2023-07-14-at-19.04.48.jpeg)
As vítimas foram achadas mortas dentro do apartamento da família em 24 de agosto de 2022, conforme divulgado pelas autoridades japonesas.
Na época, o advogado de Barbosa disse que o homem encontrou a esposa e a filha mortas após chegar do trabalho e fugiu do Japão por medo.
De acordo com a imprensa japonesa, dias antes da morte da esposa e da filha, Anderson pediu dispensa de duas semanas do trabalho. Desde então, ele não foi mais visto.
Em novembro de 2022, a polícia japonesa cumpriu agenda no Brasil para discutir a investigação. Na ocasião, Barbosa ainda não tinha sido preso e era procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Ele foi encontrado quase um ano após o crime, em São Paulo.
Por meio de um acordo de cooperação jurídica internacional, foi determinado que o homem deveria ficar preso no Brasil e ser julgado pela Justiça Federal.