
Um fisioterapeuta, de 38 anos, foi preso em flagrante por falsificação de medicamentos, armazenamento e venda de produtos impróprios para consumo e exercício ilegal da medicina. A captura aconteceu na segunda-feira (7), no Centro de Curitiba. Ele cobrava entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil pela harmonização peniana, bem abaixo do mercado que pode chegar a R$ 30 mil.
O suspeito foi preso em flagrante enquanto atendia um paciente vindo de Goiás, em um consultório localizado na Rua Conselheiro Laurindo, no Centro da cidade. O nome do suspeito não foi divulgado.
No local, foram encontradas diversas irregularidades, como o transporte de materiais médicos descartáveis (seringas e agulhas) em mochila, armazenamento de botox sem refrigeração e sem nota fiscal, lixo hospitalar descartado em lixo comum, além da presença de produtos sem registro da ANVISA, como cânulas, ácido hialurônico e anestésicos.
Conforme a delegada da PCPR Aline Manzatto, também foram localizados materiais vencidos, frascos sem identificação e hialuronidase manipulada para preenchimento intradérmico, que é proibido para esse fim. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária após fiscalização.
A investigação começou quando um paciente registrou uma ocorrência na unidade da PCPR, relatando a necrose na área íntima após realizar um procedimento de harmonização com o profissional. “O paciente achou que o produto aplicado podia ser diferente do que ele tinha falado, ou seja, que não seria ácido hialurônico e sim PMMA”. A delegada informou que não se tratava de PMMA mas havia muitas irregularidades, como a improcedência dos produtos utilizados. “Não tinha nenhum tipo de higiene”.
De acordo com a delegada Aline Manzatto, o suspeito possuía mais de 10 mil seguidores nas redes sociais e outros 2 mil em um aplicativo de mensagens “Ele mostrava em suas plataformas diversas cirurgias íntimas realizadas por ele. Além de atender em Curitiba, atuava em Balneário Camboriú, São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas”, explica.
O homem foi autuado em flagrante e encaminhado ao sistema penitenciário. Somadas as penas pelos crimes cometidos, ele poderá cumprir até 22 anos de prisão.

O paciente de 41 anos que denunciou o caso à policia ainda tenta recuperar os danos causados pelo procedimento realizado em dezembro de 2024. “Ainda dependemos de laudo. Necrosou parte do órgão genital dele e ele tá fazendo um tratamento para tentar reverter ou diminuir as consequências dessa infecção e do produto utilizado”, relatou a delegada.
Via: CATVE