Ciência revela dieta capaz de aumentar a libido e a atividade sexual

Estudos na Alemanha avaliaram como restrições alimentares podem influenciar a quantidade de atividades sexuais em mamíferos; entenda
É muito comum pensar que dietas de restrição alimentar possam ter influência negativa na libido. Entretanto, essa ideia pode estar equivocada. Segundo estudos internacionais, um determinado formato de jejum intermitente pode aumentar significativamente o desejo sexual em mamíferos.
A pesquisa foi realizada por pesquisadores do Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas (DZNE) e por profissionais da Universidade Qingdao da China e da Universidade de Ciências da Saúde e Reabilitação. A tese utilizou camundongos machos em diferentes fases da vida para investigar a interferência da alimentação na libido.
O estudo, publicado na revista científica Cell Metabolism, comprovou que o jejum intermitente preveniu o declínio da fertilidade nos ratos.
Experimentos com restrição alimentar planejada
Durante os experimentos, o ratos foram expostos à restrição alimentar planejada. A partir dos 2 meses de idade, as cobaias foram submetidas a uma dieta que funcionava com disponibilidade ilimitada de alimentos por cerca de 24 horas. Já nas 24 horas do dia seguinte, os camundongos apenas teriam acesso à água. Aos 8 meses, os experimentos de acasalamento foram iniciados.
Os resultados mostraram que os ratos expostos ao jejum intermitente obtiveram maior atividade sexual, em comparação àqueles que estavam se alimentando normalmente.
Nos ratos idosos, os resultados foram similares. A fertilidade masculina diminui com o avanço da idade em camundongos de laboratório, influenciada por fatores biológicos. Os ratos do teste foram expostos à restrição alimentar, que preveniu o declínio da fertilidade relacionado ao envelhecimento em ratos machos.
Por que isso acontece?
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que o jejum reduz os níveis de serotonina no cérebro. O que, por consequência, reduz os efeitos inibitórios no comportamento sexual.
“Essa melhora comportamental foi atribuída à capacidade do jejum intermitente de combater aumentos dependentes da idade na inibição serotoninérgica, principalmente por meio da diminuição do suprimento do precursor da serotonina triptofano da periferia para o cérebro”, explica a publicação.
A pesquisa visava ressaltar o potencial das intervenções dietéticas em diminuir o declínio da libido associado à idade, destacando como as interações entre dieta, metabolismo e comportamentos sexuais podem ser complexas.
O estudo ainda é prematuro para diagnosticar os efeitos de dietas restritivas na libido humana. Contudo, a possibilidade de o jejum influenciar as atividades sexuais em mamíferos como um todo não é descartada.