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“Brisadeiro” Quem é Brunella Hilton, membro do PSOL que foi para a cadeia por tráfico de drogas 

Há seis meses, Brunella Hilton aparecia como integrante da “candidatura coletiva” LGBTQIA+ do PSOL à Câmara de Vereadores de São Paulo. Hoje, Brunella está atrás das grades por um flagrante de tráfico de drogas. 

Segundo a polícia, Brunella vendia brigadeiros com maconha — conhecidos como “brisadeiros”.  

Nos últimos dias, familiares estavam procurando por Brunella, que não fazia contato desde 28 de fevereiro. No sábado (15), a mãe de Brunella registrou um boletim de ocorrência por desaparecimento. Ela foi acompanhada pelo advogado Roberto Guastelli. “A demora em fazer o BO se deu em razão dos genitores viverem em outro estado (Minas Gerais)”, Guastelli afirmou na terça-feira (16), em sua página no Instagram. 

Brunella, de 34 anos, estava no centro de São Paulo quando os policiais chegaram. 

Em nota enviada à Gazeta do Povo, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmou a prisão de Brunella em 2 de março, na Avenida São João. 

Segundo o órgão, policiais militares flagraram Brunella “vendendo diversas porções de brigadeiros contendo maconha”, com um total de 800 gramas. O Artigo 33 da Lei 11.343/06, citado pela Secretaria de Segurança Pública para justificar a prisão de Brunella, prevê pena de cinco a 15 anos de cadeia para quem comercializa entorpecentes.

A Secretaria de Segurança Pública afirma ter notificado a família de Brunella sobre a prisão. Brunella está no Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Pinheiros.

Quem é Brunella Hilton 

A “Bancada dos LGBTQIA+”, candidatura coletiva da qual Brunella fez parte, teve 1.113 votos e não foi eleita. O grupo reunia também o ativista Agripino Magalhães Júnior e o ex-BBB Dicésar Ferreira. 

No vídeo de divulgação da candidatura no horário eleitoral, Dicésar promete “lutar pela causa LGBTQIAPN+” e Brunella complementa: “Por uma cidade de São Paulo mais limpa e unida para todos”. 

Uma das pessoas que fez campanha ao lado de Brunella foi Laerte, figura conhecida pela carreira como cartunista. Em um vídeo gravado em setembro de 2024, Laerte pediu votos para a Bancada LGBT. 

Agripino ganhou visibilidade processando pessoas públicas por homofobia e transfobia. Em 2022, ele disputou uma vaga de deputado estadual pelo MDB, mas não foi eleito.  

Agripino pediu ajuda em suas redes sociais por conta do possível desaparecimento de Brunella. Depois da notícia da prisão, ele disse que o caso envolve “transfobia”. “A defesa alega que a quantidade era insignificante, que ela tem prescrição médica e que a perícia falhou em comprovar o crime”, ele escreveu, em sua página no Facebook.

A Justiça Eleitoral permite as candidaturas coletivas nas disputas por cargos no legislativo, mas apenas de forma simbólica: o nome coletivo pode ser adotado nas urnas, mas somente um candidato é registrado e apenas ele exerce o mandato caso eleito. Agripino Magalhães Júnior era o responsável pela “Bancada dos LGBT”, da qual Brunella fazia parte. 

Em seu Instagram, onde tem 144 mil seguidores, Brunella se identifica como “Atriz da TV Globo”. Brunella foi figurante no seriado “Rotas do Ódio”, exibido no Globoplay, mas não consta do elenco de produções da Globo. 

Integrante do PSOL já afirmou vender brigadeiros com maconha 

Em contato com a reportagem, o advogado Roberto Guastelli confirmou a prisão de Brunella Hilton, mas disse que ainda estava buscando detalhes sobre o caso. 

Mas Brunella já afirmou publicamente ter outra ocupação além da carreira artística: justamente a venda de brigadeiros com maconha.  

A afirmação foi feita em novembro de 2023, em uma entrevista ao podcast PodTravah. “Eu estava trabalhando… vendendo os brisadeiros em São Paulo. Olha a Brunella dos brisadeiros no centro, viu gente? Olha a propaganda. Se a polícia sabia, agora vai saber mais ainda (risos)”, Brunella afirmou, enquanto relatava um episódio no qual teria sido vítima de preconceito dentro de um ônibus. 

O PSOL não se pronunciou publicamente sobre a prisão de Brunella. A Gazeta do Povo procurou a assessoria de imprensa do partido, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Fonte: GAZETA DO POVO

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