Saiba como polícia irá identificar saqueadores de cinco toneladas de carne no sudoeste do Paraná
No último domingo (12), o caso se tornou público após um acidente envolvendo um caminhão que transportava o produto na PR-182
As imagens dos saqueadores de quase cinco toneladas de carne em Realeza, no sudoeste do Paraná (PR), já estão sendo investigadas pela Polícia Civil. No último domingo (12), o caso se tornou público após um acidente envolvendo um caminhão que transportava o produto na PR-182.
Vídeo: caminhão tomba em rodovia, e carga de carne é saqueada no sudoeste do Paraná
A estratégia da polícia em encontrar os saqueadores consiste na identificação das placas dos veículos vistos na cena do crime. A tendência é que, como em um efeito dominó, os donos sejam levados à polícia. Além de serem presos, os identificados e autuados neste crime podem ser multados.
André Feltes, da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas, explicou o porquê de um “saque” ser considerado um crime.
É um crime porque a pessoa está subtraindo um objeto que está ali, mesmo que momentaneamente, e não é dela, prejudicando outra pessoa ou empresa. É, portanto, um furto.
André Feltes, delegado.
A polícia ressalta:
Não importa se os produtos estão espalhados na pista ou se o caminhão foi abandonado pelo motorista. Mesmo nestas circunstâncias, a conduta é equivalente ao crime de furto, que tem pena de um a quatro anos de reclusão. Se ele for cometido por um grupo, ele pode ser considerado um furto qualificado, com pena de até oito anos de prisão.
Polícia Civil.
Investigação
Todos os casos de saques são investigados pela Polícia Civil e podem se transformar em inquéritos policiais. Mesmo que o saque aconteça em um local distante e as forças de segurança não cheguem ao local a tempo de coibir o saque, os envolvidos podem ser responsabilizados, já que a investigação leva em conta também denúncias, depoimentos de testemunhas e imagens de redes sociais.
Outros crimes
Nos casos de saques, as investigações também podem identificar outros crimes, até mais graves, com penas mais duras. É o caso para as situações em que o veículo é danificado para que as pessoas tenham acesso à carga. Neste casos, o crime pode ser enquadrado como roubo, cuja pena é de quatro a dez anos de reclusão.
Durante os saques, outros crimes ainda são cometidos com frequência, como a omissão de socorro às vítimas, que pode resultar em pena de detenção de um a seis meses.
Nestes casos, os saqueadores podem agravar a situação, dificultando o acesso das equipes de resgate ao local do acidente ou até provocando novos acidentes, devido à movimentação de pessoas na pista.
André Feltes, delegado.
Também é crime comprar os produtos saqueados. Neste caso, a conduta é tipificada como receptação, que também prevê pena de um a quatro anos de prisão.
Como ajudar
Para as pessoas que presenciam ou se envolvem em um acidente com carga, a recomendação é de que se acionem imediatamente a polícia e equipes de resgate. A prioridade, nestes casos, sempre deve ser socorrer as eventuais vítimas dos acidentes.
Em relação às cargas, as testemunhas também podem fotografar ou filmar caso outras pessoas se aproveitem da situação para saqueá-las. Informações como placas de veículos dos saqueadores ou denúncias sobre os locais em que eles se escondem após o crime também ajudam as investigações.
Para quem se envolve em um acidente em que há saque de cargas é recomendável registrar Boletim de Ocorrência detalhando todos os fatos. O mesmo deve ser feito pela pessoa que compra um produto e suspeita que ele foi saqueado. Estas informações podem ajudar na investigação que será aberta pela Polícia Civil.
No momento dos acidentes ou dos saques, a Polícia Militar pode ser acionada pelo telefone 190. Para chamar a Polícia Rodoviária Estatual, o telefone é 192. Nas rodovias federais, a Polícia Rodoviária Federal deve ser chamada pelo telefone 191. Quando há vítimas, o Siate deve ser acionado pelo 193.
Pessoas que têm informações sobre saques ou outros crimes ainda podem fazer denúncias pelo 181. Não é preciso se identificar para realizar uma denúncia e os dados ficam mantidos sob sigilo.
Fonte: Banda B