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Nem a NASA sabe o que esses estranhos objetos espaciais são

Pesquisadores identificaram os chamados “cometas escuros” acelerando de forma anômala pelo espaço e com diferentes tamanhos

Um objeto celeste que parece um asteroide, mas se move pelo espaço como um cometa. É assim que a NASA descreve o que foi chamado de “cometa escuro” — e sete deles acabam de ser identificados por telescópios da agência espacial americana.

A verdade é que os cientistas não sabem dizer exatamente do que se trata. O primeiro relato sobre um cometa escuro foi feito há menos de dois anos. Logo depois, outros seis foram encontrados. No início deste mês, foram identificados mais sete, todos descritos na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

A primeira suspeita sobre os cometas escuros partiu do “asteroide” 2003 RM que havia se movido de forma inesperada de sua órbita, em março de 2016. O desvio não tinha características típicas de um asteroide, como a aceleração conhecida como efeito Yarkovsky, em que uma força atua sobre um corpo em rotação no espaço.

Cometa flagrado no céu da Indonésia em setembro de 2024 (Imagem: David Davies/iStock)

1“Quando você vê esse tipo de perturbação em um objeto celeste, geralmente significa que é um cometa. Mas, por mais que tentássemos, não conseguimos encontrar nenhum sinal da cauda de um cometa. Por um curto período, tivemos esse objeto celeste estranho que não conseguimos entender completamente”, explica o coautor do novo estudo Davide Farnocchia, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia.

Mais descobertas estavam por vir

Em 2017, um telescópio da NASA identificou o primeiro objeto celeste documentado da história que se originou fora do nosso sistema solar. Batizado de 1I/2017 U1 (‘Oumuamua), a trajetória desse corpo mudava de acordo com a liberação de material volátil de sua própria superfície, como acontece com cometa. Ao mesmo tempo, o ‘Oumuamua aparecia como um ponto de luz, em uma figura típica de asteroides.

“O fato de que o primeiro objeto que descobrimos do espaço interestelar exibiu comportamentos semelhantes ao 2003 RM tornou o 2003 RM ainda mais intrigante”, disse Farnocchia. O conceito de “cometa escuro” foi definido em 2023, quando novos objetos nessa classificação foram encontrados.

“Tínhamos um número grande o suficiente de cometas escuros para que pudéssemos começar a nos perguntar se havia algo que os diferenciasse”, disse Darryl Seligman, um pesquisador de pós-doutorado no departamento de Física da Michigan State University, East Lansing, e autor principal do novo artigo. “Ao analisar a refletividade e as órbitas, descobrimos que nosso sistema solar contém dois tipos diferentes de cometas escuros”.

Meteorito em órbita no Planeta Terra (Imagem: buradaki/iStock)

Os tipos de cometa escuro

Os pesquisadores descobriram que parte desses corpos celestes, os chamados “externos”, compartilha semelhanças com cometas da família de Júpiter: possuem órbitas altamente elípticas e têm diâmetro na casa de centenas de metros.

O outro grupo, “interno”, viaja em órbitas quase circulares e são menores, se assemelhando a Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Agora, os cientistas estudam de onde os cometas escuros se originaram, o que causa a aceleração tão característica e até mesmo se poderiam conter gelo.

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