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Aos 66 anos, candidata faz Enem pela primeira vez e sonha trabalhar na saúde

Maria de Fátima Alves, de 66 anos, é pensionista e busca fazer um curso na área da saúde. “Quero ser enfermeira ou médica da família, para poder ajudar as pessoas”

O segundo dia de provas do Enem chega ao fim e, embora o imaginário comum sobre a prova seja sempre pessoas jovens concorrendo a vagas em universidades públicas e privadas, o exame é também o sonho e esperança de muitos brasileiros mais velhos, que buscam entrar no ensino superior.

Fazendo o Enem pela primeira vez, Maria de Fátima Alves, de 66 anos, é pensionista e busca fazer um curso na área da saúde. “Quero ser enfermeira ou médica da família, para poder ajudar as pessoas”, conta, animada.

“Eu morava no interior, ainda fiz até o fim do ensino médio e comecei um curso de professora do interior, de pedagogia. Dei aula para as crianças da 1ª à 4ª série, por três anos. Nessa época, fiz também um curso de enfermagem, mas nunca assumi a profissão. Aí vim para Brasília e comecei a trabalhar na Embaixada da Alemanha, na área da alimentação, na lanchonete”, lembra Maria de Fátima.

Sua cidade natal, o município piauiense de Elesbão Veloso, tem uma população estimada pelo IBGE de 13.786 habitantes. “Sou do interiorzinho lá da roça, bem do mato mesmo”, conta Maria Fátima, sorrindo. Com o sonho de “ajudar as pessoas”, ela decidiu resgatar a ideia de cursar enfermagem e decidiu, há poucos meses, fazer o Enem pela primeira vez. “Minha filha se formou como advogada, já está trabalhando e aí eu falei ‘Minha filha eu também quero fazer uma faculdade!’ Aí eu vim”, conta a pensionista.

Maria de Fátima, mesmo cansada após passar horas sentada, diz ter gostado muito do primeiro dia de prova, principalmente da redação, e conta que agora, na segunda etapa do Enem, saiu da sala com vários novos conhecimentos. “Hoje achei também muito importante uma questão porque eu morava no interior e não sabia sobre a cobra coral, que é uma peçonhenta, e uma que não é. A que é mais peçonhenta é a que tem as cores mais claras. Pra mim, a cobra coral era uma só, agora já sei distinguir uma da outra”, comemora a idosa, que espera, animada, para o resultado do exame.

Eu Estudante/Correio Braziliense

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