Carregador de carro elétrico: o que saber antes de instalar um em casa
A rede elétrica suporta o wallbox? Existe o risco de pegar fogo? Especialistas tiram as principais dúvidas sobre o tema
Você sonha em ter um carro elétrico ou híbrido, mas não quer depender dos carregadores públicos? Neste cenário, o ideal é instalar um wallbox residencial na garagem, mais eficiente e rápido que os módulos portáteis que as fabricantes oferecem nos veículos.
Entretanto, nem toda residência está apta a receber um carregador. Este é um ponto para se atentar antes de adquirir um veículo da categoria e se arrepender. A partir disso, Autoesporte consultou Leandro Varga, sócio-proprietário da Car Plug Power, e Ayrton Barros, diretor geral da NeoCharge, para tirar as principais dúvidas sobre o tema. Confira!
A rede elétrica da minha casa aguenta um carregador?
Nem sempre. Por isso, os especialistas concordam que o primeiro procedimento deve ser a contratação de uma vistoria cautelar. “Se a fiação da casa for antiga, recomendamos a visita de um eletricista para uma avaliação mais detalhada ou até a substituição de disjuntores ou componentes”, afirmou Varga.
Ayrton Barros, da NeoCharge, disse que as casas brasileiras, em sua maioria, estão aptas a receber o carregador wallbox. Isso porque a rede elétrica do país é dimensionada para os chuveiros elétricos, que demandam altas porções de energia. Algumas casas chegam a ter três ou quatro chuveiros deste tipo, lembrou o especialista.
Existe o risco de pegar fogo?
Casas antigas exigem mais atenção. A instalação elétrica pode ser degradada com o tempo — e assim, pode ser que a vistoria cautelar recomende a substituição da fiação. Se tudo for feito corretamente, seguindo as orientações e normas do Corpo de Bombeiros e do Inmetro, não há risco iminente de incêndio.
Sobretudo, os acidentes com fogo envolvendo veículos elétricos estão mais relacionados ao superaquecimento das baterias de íons de lítio que o próprio carregador. Mas não se preocupe: um estudo sueco apontou que a chance de um veículo elétrico entrar em chamas é 60 vezes menor em comparação com carros a combustão.
Para instalar um wallbox, cria-se um disjuntor especial que sai direto do quadro de luz. Assim, em caso de um curto-circuito ou sobrecarga, a instalação elétrica da casa estará totalmente segura.
Apesar dos procedimentos que garantem a integralidade do carregador, do veículo e da residência, Leandro Varga, sócio da Car Plug Power, recomenda que o carro seja plugado apenas quando aparelhos que demandam grandes porções de eletricidade estejam desligados. Aqui podemos incluir coifas, chuveiros e outros aparelhos domésticos.
Qual carregador devo escolher?
Existem vários tipos de carregadores de parede, com potências e velocidades de recarga distintas. Antes de escolher uma opção, o morador deve considerar qual será a sua rotina e o tipo de veículo a ser carregado. Alguns carros têm limitações e não aceitam carregamento de alta tensão, por exemplo. Outros exigem estruturas mais robustas.
- Carregador portátil: 3,7 kW (22 horas até 100%)
- Carregador wallbox: 7,4 kW (12 horas até 100%)
- Carregador wallbox: 11 kW (8 horas até 100%)
- Carregador wallbox: 22 kW (6 horas até 100%)
Quanto vou gastar?
O preço da instalação vai depender do tipo de carregador e até das características da residência. O que pode encarecer a conta desde o início é a distância do quadro de luz até o local da recarga do veículo.
Existem duas opções para levar a instalação elétrica do disjuntor até o wallbox. A mais simples e barata é utilizando eletrodutos aparentes. Nem todos os moradores podem gostar do aspecto visual dos canos metálicos atravessando a garagem para conectar os pontos.
Se este é o seu caso, uma alternativa é esconder os eletrodutos por dentro da parede. Para isso, você também terá de contratar um pedreiro para finalizar o serviço — fator que, inevitavelmente, irá encarecer a instalação do seu carregador wallbox.
Os carregadores mais baratos disponíveis no Brasil (de 7 kW) partem de R$ 4 mil. Já a mão de obra da instalação pode custar entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil — a depender das complexidades que elaboramos anteriormente. Some isso à vistoria cautelar e a conta total pode chegar facilmente em R$ 10 mil.