Boulos recebeu 72% dos votos de presidiários em São Paulo
O governador Tarcísio de Freitas afirmou que a organização criminosa PCC teria orientado voto no psolista durante o horário de votação, no domingo de eleição
O deputado Guilherme Boulos (Psol), adversário do prefeito reeleito, Ricardo Nunes (MDB), teve mais votos em quase todas as seções eleitorais dos presídios e casas de detenção de São Paulo. Boulos recebeu 72% dos votos válidos, ante 20% de Nunes.
O prefeito se reelegeu no domingo (27.out.2024), com 3.393.110 votos, 59,35% dos válidos, no 2º turno das eleições 2024. Guilherme Boulos (Psol) teve 2.323.901 votos (40,65% dos válidos).
No Internato Pirituba e no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros 4, Nunes não recebeu um voto sequer.
O único local onde o prefeito reeleito bateu Boulos em votos foi no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, onde obteve 32 votos ante 3 de Boulos.
Na Fundação Casa Chiquinha Gonzaga os dois candidatos empataram com 5 votos cada, 2 brancos e 2 nulos.
Freitas e associação ao PCC
No dia da eleição, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o Estado estava investigando possível orientação da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para que os presidiários votassem em Boulos.
“A gente vem alertando isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas”, disse, antes do resultado mostrar que Nunes, candidato apoiado por ele, venceu a eleição.
Boulos acionou a Justiça Eleitoral contra Nunes e Freitas, após o governador dizer, sem apresentar provas, que integrantes do PCC orientaram familiares e apoiadores a votarem no psolista.
Segundo o documento apresentado à Justiça, a fala de Tarcísio, como governador do Estado, no dia da eleição, durante o horário de votação, “configura evidente abuso de poder político, além do uso indevido dos meios de comunicação”. Eis a íntegra (PDF – 585 kB).
Fonte: Poder 360