Manobra leva o sobrenome da atleta e é marca registrada desde os 15 anos
Algumas pessoas podem dizer que foram pela primeira vez a uma Olimpíada com apenas 18 anos. Mas poucos podem se gabar de ter conquistado esse feito com um movimento inédito e que carrega seu próprio sobrenome. Esse é o caso de Julia Soares, finalista do Brasil na ginástica artística em Paris.
“Soares” é o nome da manobra que Julia utiliza para subir na trave e começar as séries desde que ela tinha 15 anos. O movimento consiste em pegar impulso no trampolim, executar uma meia pirueta (180º) que faz o corpo ultrapassar o aparelho e terminar do lado oposto ao que começou, agarrada com os braços de cabeça para baixo.
Julia registrou oficialmente a entrada no código da Federação Internacional de Ginástica (FIG) ao lado da treinadora ucraniana Iryna Ilyashenko, em 2021. A marca registrada levou o sobrenome da atleta por nunca ter sido feito antes por nenhuma outra competidora.
No universo da ginástica artística, existe um movimento parecido e já popular, o “candle mount” (entrada em vela, na tradução para o português). Entretanto, nesse não há uma meia volta e o corpo termina do mesmo lado em que começou em relação a trave, ao contrário do que ocorre no “Soares”.
Diferente de outras manobras que também carregam o nome de atletas na ginástica, o diferencial de “Soares” não está na junção de elementos difíceis aos olhos dos profissionais. A entrada se destaca pela originalidade do movimento logo no início de uma série e desempenhado por uma jovem prodígio.
Nas Olimpíadas de Paris 2024, o movimento deu início à apresentação que levou 13.800 de nota e garantiu Julia Soares nas finais da ginástica artística. A brasileira volta às competições na terça-feira, para a disputa por equipes, a partir de 13h15 (de Brasília). Já as finais individuais, serão na quinta, no mesmo horário.