Professora doada na maternidade reencontra mãe biológica em SP: ‘aliviada’
Foram 36 anos de uma vida plena e cheia de amor com a família adotiva, mas Monize de Oliveira Guimarães sempre teve um sonho que só conseguiu realizar agora. Após muito procurar, a professora de São Lourenço (MG), finalmente reencontra a mãe biológica em São José dos Campos (SP).
A história que Monize ouviu a vida inteira foi que a mãe biológica a entregou aos pais adotivos logo após o nascimento. Na época, a mulher vivia um relacionamento abusivo e não tinha condições financeiras para cuidar da bebê.
Monize tinha apenas uma foto em mãos e muita determinação para encontrar a mãe. E deu tudo certo! O encontro entre elas foi emocionante! “Eu fiquei muito feliz, porque ela é uma mulher batalhadora, que criou os outros filhos sozinha. Vi que minha origem é de mulheres fortes. Ela é determinada e tenho isso em mim”, disse.
Mãe biológica tinha uma vida difícil
Monize foi entregue para adoção pela mãe biológica logo após o nascimento, em agosto de 1987. Na época, a mãe enfrentava um relacionamento complicado com um usuário de drogas e não tinha condições financeiras para cuidar da recém-nascida.
Temendo pela segurança e o futuro da filha, a mãe biológica optou por entregá-la a uma família que daria para Monize uma chance maior de ter uma vida confortável, segura e feliz.
“Para mim, ela era um livro sem introdução, sem prefácio, porque eu não a conhecia. Eu só queria agradecer pela coragem que ela teve de me entregar”, contou Monize.
A família adotiva
Monize foi adotada pelo casal Reinaldo César Junqueira Guimarães e Maria Tereza de Oliveira Guimarães. A professora contou que os pais sempre deram para ela uma vida cheia de amor e oportunidades.
A professora contou que sempre soube da origem dela e os pais fizeram questão que ela conhecesse um pouco mais das origens.
“O fato de não ter o mesmo sangue nunca foi um problema. O sangue não é pré-requisito para se viver melhor. Sou filha adotiva sim, e estou muito feliz”, afirmou
A gratidão e o amor pelos pais adotivos são evidentes, e Monize destaca a importância da adoção na formação de famílias amorosas.
“Preciso compartilhar a minha história para que outros casais possam ser encorajados a entrarem nas filas de adoção. Há inúmeras crianças que aguardam para também serem geradas no coração de uma família”, completou.
O encontro tão esperado
A professora conta que a decisão de procurar a mãe biológica se tornou ainda mais forte após ser mãe.
“Eu tinha interesse de encontrá-la porque, depois que me tornei mãe, imaginei o sofrimento dela ao ter que abrir mão de um filho para salvar sua vida”, contou Monize.
A busca de Monize começou pelas redes sociais, mas não teve sucesso. Foi quando ela decidiu mudar de rumo, arrumou as malas e partiu para a cidade onde nasceu com os pais adotivos, levando apenas uma foto antiga da mãe biológica.
Durante quatro horas, sob chuva, a família percorreu a Zona Norte da cidade, batendo de porta em porta, até que eles encontram uma amiga antiga da mãe biológica e passou o endereço da mulher.
O encontro foi marcado por muita emoção e desejo de recuperar o tempo perdido entre mãe e filha.
“Ela não me reconheceu de imediato, mas o encontro foi emocionante. Ela chorou e ficou feliz, meus pais também”, disse Monize.
Família grande e planos para o futuro
Após o encontro, Monize manteve contato com a mãe e descobriu mais seis irmãos e familiares, o que a deixou ainda mais feliz.
“Eles me acolheram muito, todos da família dela me mandaram mensagem, então me senti muito acolhida nessa primeira etapa e, posteriormente, a gente está combinando de se encontrar presencialmente para que eu possa conhecer todo mundo”, declarou.
Ela contou que agora está mais tranquila e que quer se aproximar a cada dia mãe da mãe biológica.
“Me sinto aliviada, eu carregava um peso. Queria mostrar que sou grata a ela. Depois que me tornei mãe, vi que temos dificuldade de nos libertar de coisas materiais e imaginei que não foi fácil o que ela passou. Queria libertar ela de qualquer culpa”, concluiu.
Com informações de G1.