No Paraná, Rota da Lavanda atrai turistas e encanta fãs da planta
Propriedades de seis cidades do interior do Paraná abrem suas portas e desenvolvem atividades dedicadas à planta aromática e terapêutica; desde 2022, mais de 150 mil turistas já passaram pela rota
Com um aroma inconfundível e característico, a Lavanda, também conhecida como Alfazema, está presente em nossas vidas em diversos cenários. Seja em produtos de limpeza, higiene pessoal, em óleos essenciais ou em cosméticos, todo mundo já sentiu ao menos uma vez seu cheiro — mesmo que não tenha o associado ao seu nome.
A planta é procurada por muitos por suas diversas propriedades, ações terapêuticas (e, para alguns, até espirituais). Há quem diga que sua eficácia no combate à ansiedade é um dos temas mais estudados dos últimos anos.
São conhecidas cerca de 25 espécies da planta, famosa por sua cor roxa — embora também exista lavanda branca. Hoje, os seus maiores produtores são a Bulgária, França, Grã-Bretanha, Austrália e Rússia.
Apesar de o Brasil não ser uma grande referência no cenário mundial no que se diz respeito ao seu cultivo, há regiões no território nacional que abrem seus campos para serem visitados. A cidade de Cunha, no interior de São Paulo, foi um local que ficou muito conhecido por isso. “O Lavandário” está aberto ao público desde 2013, e além da parte turística, promove pesquisas e desenvolve seus próprios produtos, recebendo pessoas de diferentes partes do país.
Recentemente, os fãs da planta ganharam um novo lugar para chamar “de seu”. Ou melhor, uma rota completa que gira em torno da atividade para chamar de sua.
A “Rota da Lavanda”
A Rota da Lavanda é composta por seis cidades do interior do Paraná: Araucária, Carameí, Palmeira, Toledo, Londrina e Umuarama. Ela foi estruturada em abril de 2022 pelo Programa de Turismo Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná.
Terezinha Busanello Freire, coordenadora estadual do instituto, destaca que um dos grandes objetivos de sua criação é promover a cultura da lavanda integrada ao turismo, além de gerar novos negócios e ampliar a geração de emprego e renda no campo.
“A ideia é formatar a cadeia produtiva em um ‘produto turístico’, para que os agricultores tenham no agroturismo uma alternativa de diversificação de emprego e a renda na propriedade. A cultura da lavanda é uma excelente alternativa de paisagem, cenário e produtos derivados. O conceito da rota está ligada pelo produto em si, e não geograficamente. A estrutura em âmbito estadual proporciona a organização dos produtores e maior visibilidade do turismo por meio da atividade”, completa.
Desde sua criação, há dois anos, mais de 150 mil turistas já passaram pelos destinos e movimentaram mais de R$ 7 milhões. Nas propriedades que fazem parte da rota, são encontradas as espécies: dentata, angustifolia, lavandin, latifolia, stoechas, heterophylla e multifida, pinata.
Além da beleza e do perfume dos lavandários, os turistas que visitam as propriedades podem experimentar produtos como chocolate, geleia e sorvete de lavanda. Também é possível acompanhar o processo de extração de óleos e essências destas plantas, tanto na lavoura quanto no laboratório.
As propriedades
Ao todo, são cerca de 12,5 hectares, além do campus de Umuarama da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que compõem a Rota da Lavanda.
Um de seus pontos principais fica em Carambeí, na propriedade rural denominada Vilarejo Holandês (Het Dorp). Lá, os visitantes podem explorar as plantações, aprender sobre o cultivo e acompanhar o processo de transformar a planta numa variedade de produtos artesanais.
Em Londrina, o foco da propriedade Santa Lavanda está no turismo de experiência. Os visitantes são recebidos com uma água saborizada e shortbread de lavanda, um tradicional biscoito holandês. Já em Palmeira, quem não conhece o sorvete, a geleia de lavanda e o chocolate com a planta, vai poder experimentá-los no Lavandário Vale dos Sonhos.
Já no Recanto das Lavandas, em Araucária, além da visita ao campo, os visitantes encontram um tanque com ninféias e podem fazer uma trilha no bosque de vegetação nativa, admirando imponentes exemplares da mata de araucárias. Almoço e eventos especiais são encontrados aos fins de semana, mas a cerveja artesanal com o toque de lavanda está sempre garantida. As propriedades Alfazenda Brasil, em Toledo, e Recanto Girassol, em Umuarama, também fazem parte da rota.
De maneira geral, os visitantes também podem desfrutar de atividades ao ar livre, como caminhadas em trilhas cercadas por campos de lavanda, piqueniques em meio à natureza, passeios de bicicleta, e claro, garantir ótimos cliques no mar roxo que se forma nos lavandários.
Além disso, eventos sazonais, como festivais de lavanda, feiras de produtos artesanais e exposições externas são realizados ao longo do ano, proporcionando aos visitantes a oportunidade de vivenciar a cultura local e celebrar a beleza e os benefícios da lavanda.
Todas as cidades que integram a Rota têm opções de hospedagem ao seu redor. Apesar do conceito de pertencerem a um só destino, elas não ficam muito próximas, então, é necessário programar um período maior caso queira visitar toda a lista.
“Algumas propriedades atendem o ano todo, pois cultivam diferentes espécies de lavandas, o que possibilita ter campo florido o ano todo. Outras em períodos específicos entre junho a janeiro (depende da região por conta do clima). Por isso é importante o turista agendar sua visita antes de ir“, reforça Terezinha.
Os aeroportos de Curitiba e Londrina são os melhores pontos de partida. A partir deles, as rodovias de fácil acesso levam os fãs da planta aos seus “paraísos” particulares.