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Prevenção animal: castração é fundamental para saúde do pet

Cirurgia que evita a reprodução descontrolada e algumas doenças, a castração pode gerar algumas dúvidas nos tutores de cães e gatos. Conheça o procedimento e saiba como ele impacta os bichinhos

Fator essencial de proteção à saúde dos animais, a esterilização, também chamada de castração, é uma cirurgia muito comum e indicada para os pets. Em fêmeas, o procedimento consiste na retirada do útero e dos ovários e, em machos, na dos testículos. Assim, a castração é entendida como a principal forma de impedir a reprodução descontrolada dos bichos. No entanto, essa não é a sua única função. De acordo com a médica veterinária Mariana Tadoni, além de controlar a procriação, um dos principais benefícios do procedimento é a sua capacidade de prevenção de doenças.

“No caso das fêmeas, a operação reduz em até 90% os riscos de ocorrer câncer de mama, previne infecção uterina e tumores de útero e ovários. Já nos machos, ela previne tumores testiculares, câncer e demais doenças da próstata”, explica a especialista. “Pacientes castrados vivem, em média, quatro anos a mais que os não castrados, justamente por prevenir as doenças citadas, que são muito frequentes”, complementa.

Além disso, a castração é fundamental no controle populacional de bichinhos em situação de abandono. “Animais que nascem nas ruas estão muito mais sujeitos ao sofrimento. Estão mais expostos a doenças, à fome, ao frio e têm maior chance de atropelamento e maus-tratos”, ressalta Mariana Tadoni.

Procedimento e recuperação

Como qualquer procedimento cirúrgico, a castração precisa de um processo de recuperação. Por envolver a incisão do abdômen para remoção do útero e do ovário, a operação é mais invasiva nas fêmeas, que, normalmente, necessitam de mais tempo para se restabelecer. “De toda forma, o paciente precisa tomar medicações e cuidar da ferida cirúrgica até a total cicatrização. Também recomendamos repouso relativo nos primeiros dias após a cirurgia”, explica Mariana Tadoni.

A princípio, todos os cães e gatos podem ser castrados. No entanto, o melhor momento para a realização da cirurgia só poderá ser determinado por um veterinário. De maneira geral, o procedimento é preferencialmente feito um pouco antes de o bichinho atingir a maturidade sexual. Nas fêmeas, esse momento se dá no primeiro cio. Também é essencial que os peludos tenham concluído o protocolo vacinal, reduzindo o risco de contaminações.

Mudanças comportamentais

Após realizar a castração, é comum que alguns tutores percebam mudanças comportamentais em seus pets. “Essas mudanças são decorrentes da interrupção da produção de alguns hormônios, que são usualmente produzidos pelos órgãos do sistema reprodutor em animais não castrados”, explica Mariana.

“Cães e gatos machos tendem a diminuir suas procuras por fêmeas no cio e tentativas de dominar território. As fêmeas ficam mais calmas e menos territorialistas também”, afirma a veterinária. Por esse motivo, a esterilização diminui as chances de fuga e evita brigas e estresses com outros animais.

De acordo com o comportamentalista animal Wagner Brandão (@adestradorwagnerbrandao), alguns cães podem estranhar a situação e ficar mais apáticos. Em casos mais sérios, outros podem desenvolver quadros depressivos por não entenderem a mudança ocorrida. “Aí, costumamos pedir para o tutor buscar ajuda de um especialista para orientar melhor cada caso.”

A prevenção de doenças e tumores é um dos principais benefícios que a castração pode oferecer aos pet
(foto: Reprodução/Freepik)

No caso dos gatos, Wagner explica que algumas diferenças comportamentais mais significativas podem ser apresentadas. “Os gatos são exímios caçadores, agitados e territorialistas. Depois de castrados, eles tendem a ficar mais calmos, tranquilos e menos possessivos, mas sem perder suas características individuais”, assegura.

Por conta dessas mudanças, muitas pessoas realizam a castração com objetivo de melhorar o comportamento de animais tidos como bagunceiros e desobedientes. No entanto, segundo Wagner Brandão, essa ideia é um mito, e a esterilização não resolve os problemas comportamentais dos bichos.

“Quando castrados cedo, você evita que eles criem certos hábitos. Por exemplo, temos os cães machos que demarcam território. Quando a castração é feita após o animal ter aprendido a demarcar território, é tarde demais, pois ele já aprendeu”, explica o adestrador. “Esse animal precisa do acompanhamento de um profissional que entenda sobre comportamento”, continua. Segundo Wagner, para alguns cães, o treinamento fica mais fácil sem os hormônios, portanto a castração pode ser útil em certos casos.

CORREIO BRAZILIENSE

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