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Morador de cobertura que cortou corda de trabalhador morre na cadeia

Raul Ferreira Pelegrin estava preso desde o dia 14 de março, quando foi preso em flagrante

O morador da cobertura de um prédio no bairro Água Verde, em Curitiba, que cortou a corda de um trabalhador que fazia a limpeza da fachada, morreu na madrugada desta sexta-feira (5) no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde estava detido por meio de uma prisão preventiva.

Em nota encaminhada ao portal Nosso Dia, a defesa de Raul Pellegrini (foto), de 41 anos, afirmou que alertou sobre os riscos de isso acontecer, por conta do atual estado psiquiátrico dele.

Conforme a defesa de Pellegrini, havia o pedido para que ele fosse internado compulsoriamente em uma clínica particular e apta para o tratamento dessa doença. No julgamento foi dito pelo relator que a manutenção da prisão possibilitaria uma desintoxicação de Raul.

“Enquanto esses desdobramentos legais aconteciam, foi informado pela defesa, no pedido de Liberdade Provisória perante o Juízo da Vara do Tribunal do Júri, que Raul estava em risco iminente de morte e precisava ser transferido urgentemente para uma clínica particular. Os advogados, imediatamente após o atendimento ao cliente no parlatório, estiveram em reunião com o diretor da Cadeia de Custódia de Piraquara, informando a gravidade da situação”, diz a nota, assinada por advogados como Adriano Bretas.

No documento, os advogados criticaram a decisão do Ministério Público em se manifestar contrário ao pedido de internamento. “Uma demonstração clara de insensibilidade. No entanto, hoje, dia 5 de abril de 2024, o pedido da defesa para que o caso fosse corretamente tratado não com prisão, mas, sim, como um caso de doença que necessita de tratamento, perdeu seu efeito. Raul veio a falecer. Os fatos falam por si. Uma pessoa que era acusada de um crime tentado, teve na falta de sensibilidade a sua sentença de morte”, concluiu a nota.

O caso

O morador de uma cobertura na Av. Silva Jardim, no bairro Água Verde, em Curitiba, estava irritado com o serviço de limpeza da fachada do prédio. Esse teria sido o motivo para ele cortar a corda de um trabalhador, que estava limpando o 6° andar, a 18 metros de altura do chão.

Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), a vítima só não sofreu uma queda, que poderia ser fatal, porque um dispositivo de segurança o salvou.

Conforme o BO, o morador da cobertura, no 27° andar, havia ameaçado os funcionários que faziam a limpeza. Uma testemunha afirmou que o homem deu 10 minutos para eles sumirem, porque estava de ‘saco cheio’.

Logo após o corte da corda, os policiais foram acionados e precisaram arrombar a porta do apartamento da cobertura, onde o suspeito foi reconhecido pela vítima. Uma faca e um pedaço de corda cortada foram apreendidos.

Em depoimento, o suspeito alegou desconhecer o motivo de ter sido levado à delegacia e negou o crime. A defesa dele pediu um Habeas Corpus (HC), alegando que ele é dependente químico e afirmando que seria levado a uma clínica de tratamento. Entretanto, a Justiça negou o pedido.

Nosso Dia

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