Quem são os adolescentes que morreram após cabeça d’água atingir cachoeira em Paranavaí
Letícia Silva, de 15 anos; Kauane Duarte, 16 anos; e Pedro Henrique, 17 anos, faziam registros na cachoeira para evento da igreja que frequentavam.
Três adolescentes, de 15, 16 e 17 anos, morreram depois que uma cabeça d’água atingiu uma cachoeira em que eles estavam em Paranavaí, no noroeste do Paraná, na tarde de domingo (17).
As vítimas da cabeça d’água em Paranavaí são:
- Pedro Henrique, de 17 anos;
- Letícia Silva, de 15 anos;
- Kauane Duarte, 16 anos.
Maria Gessé, de 43 anos, mãe de Kauane, continua desaparecida. Segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas serão retomadas nesta terça-feira (19), mesma data em que serão sepultados os corpos dos jovens.
De acordo com a corporação, quando a cabeça d’água atingiu o grupo, todos foram arrastados pela correnteza. Conforme relatos, as vítimas tentaram se segurar em cipós. Veja mais abaixo.
De acordo com o Simepar, na hora da enxurrada choveu cerca de 53 milímetros na cabeceira do rio.
Os jovens eram naturais de Paranavaí. Eles se reuniram para se refrescar e fazer registros fotográficos para um evento da igreja que frequentavam.
Vítimas eram estudantes
Letícia estava no 2° ano do ensino médio, e Kauane no 3° ano. Elas estudavam no Colégio Estadual Silvio Vidal.
Pedro Henrique cursava o 3º ano do ensino médio no Colégio Estadual Leonel Franca.
Em nota, as duas instituições lamentaram a morte dos jovens nas redes sociais.
O adolescente jogou na base do time do Atlético Clube Paranavaí . Atuou como atacante em 2023 e deixou o clube em julho do mesmo ano, segundo a assessoria.
Mãe viu filho sendo arrastado
‘Ele foi um herói’, diz mãe de adolescente que morreu após ser arrastado por cabeça d’água
Daiane do Santos Sterto, mãe de Pedro Henrique, presenciou o filho resgatando duas pessoas e, depois, sendo arrastado pela correnteza.
“Na hora de ir embora, tiramos as fotos, de repente veio muita água, a gente conseguiu nadar, seguramos no cipó… Quando olhei para trás veio muita água… cada um segurava no cipó. O Pedro pulou e salvou as duas e trouxe para cima com o cipó, aí subiu para salvar a Ariele, colocou ela para cima e se soltou. Foi um herói”, disse.
Daiane, mãe de Pedro, contou que pulou na água para tentar resgatar o filho, mas a força da água jogou ela para o fundo, quando retornou a superfície não viu mais o Pedro.
“Só clamava a Deus por misericórdia. Ia morrer ali. Subi correndo para pedir ajuda. Tinha um Pitbull e subi na árvore para gritar, gritar, e gritar por socorro. Dai veio um rapaz para salvar eles” falou.
O caso
Segundo o Corpo de Bombeiros, oito pessoas estavam reunidas no ribeirão Paranavaí, aos fundos de uma propriedade particular, na área rural. Quando o grupo estava prestes a ir embora, foi surpreendido pela cabeça d’água,
Equipes dos bombeiros foram acionadas e encontraram os jovens em locais diferentes. Um deles estava a cerca de quatro quilômetros do ponto de onde foram levados.
Conforme a corporação, equipes também tiveram dificuldade de acessar o local onde os demais jovens foram localizados. Para o trabalho, foram necessários equipamentos especiais.
“A dificuldade é que não tem área nas margens para caminhar, precisa caminhar dentro do rio para fazer as buscas. Saímos ontem daqui por volta das 21h30”, falou o sargento Oliveira.
O que é uma cabeça d´água
Cabeça d’água é um aumento rápido e repentino do nível de um rio, lago ou cachoeira devido a chuvas em trechos anteriores, ou mais altos do percurso.
Segundo o Corpo de Bombeiros, quando o fenômeno acontece, a água apresenta uma mudança na coloração e passa a ter mais folhas e galhos.
Os bombeiros recomendam que as pessoas visitem estes locais sempre acompanhados de instrutores ou pessoas com experiência na região.
Quando o rio apresentar algum sinal de aumento do volume ou mudança da coloração, é preciso sair imediatamente do local e procurar pontos mais altos nas margens do rio.