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Quem é o ginecologista suspeito de abusar sexualmente de pacientes em Maringá

Além de médico, Hilton José Pereira Cardim é professor universitário. Investigação aponta que crimes aconteciam no consultório do médico. Defesa disse que investigado nega as acusações.

Hilton José Pereira Cardim foi preso preventivamente na segunda-feira (11) suspeito de abusar sexualmente de oito pacientes na clínica onde trabalha em Maringá, no norte do Paraná, segundo a Polícia Civil (PC-PR).

As denúncias surgiram quando as vítimas perceberem ações estranhas durante as consultas. A repercussão do caso do ginecologista e Obstetra Felipe Sá, réu por abuso sexual, também incentivou as vítimas, de acordo com a polícia. Leia mais abaixo.

No currículo, Hilton José Pereira Cardim, possui graduação em medicina pela Universidade de São Paulo (1988), mestrado em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela Universidade de São Paulo (1995) e doutorado em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela Universidade de São Paulo (1999).

Entre as especialidades do médico estão no processo de infertilidade, inseminação artificial humana, fertilização in vitro e reprodução humana assistida.

Além disso, é professor universitário.

Em nota, a defesa de Hilton afirmou que não teve acesso ao processo, que tramita em sigilo, e disse ainda que o médico nega os crimes praticados. A defesa também avaliou que a prisão “não possui requisitos legais”.

O g1 aguarda o posicionamento do Conselho Regional de Medicina (CRM) para comentar sobre o caso.

A Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito sobre o caso. Conforme a delegada responsável, se denunciado e condenado, ele pode responder por de violência sexual mediante fraude. A pena para estes crimes varia de dois a seis anos de prisão.

Hilton José Pereira Cardim preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes — Foto: Reprodução

Abusos foram no consultório, conforme polícia

A delegada Paloma Batista, responsável pelo caso, afirmou que os crimes que o médico é suspeito aconteceram dentro do consultório do profissional, segundo as denúncias recebidas.

De acordo com as vítimas, os abusos aconteceram em datas dos anos de 2011, 2015, 2019, 2022 e 2023.

“Elas relatam que iam até esse médico acompanhadas do marido ou do namorado. Assim que pegavam uma certa confiança nele, passavam a ir sozinhas. Nessa consulta que iam sem os acompanhantes, as vítimas afirmam que o médico dizia que precisava examiná-las. Ele se posicionava atrás e friccionava o órgão genital. Todas afirmam que ouviam uma respiração ofegante dele”, disse.

Em depoimento, ele negou as acusações e disse que não ficava sozinho com as pacientes durante as consultas.

De acordo com a delegada, a versão é diferente do que foi contado pelas vítimas à polícia.

“Acreditamos que há muito mais vítimas. Em outra ocasião, apreendemos documentos e imagens de câmeras de segurança, que vão passar por perícia”, observou.

Médico ganhava a confiança das vítimas

Segundo a delegada, os relatos das vítimas citam situações similares quanto a abordagem do médico e acusações de abuso.

“O profissional olhava os exames e dizia que precisava examinar. Ele realizava o procedimento de ausculta, então a vítima ficava em uma posição vertical, ele se posicionava atrás dele e friccionava o órgão genital. Todas elas relatam que o profissional dava um tom mais ofegante na voz”, falou.

Os acompanhantes das pacientes aguardavam do lado de fora até o procedimento ser finalizado.

Médico foi alvo de apreensões em fevereiro

Em 1° de fevereiro, a polícia cumpriu dois mandados de busca e apreensão na casa e no consultório do médico.

No cumprimento das ordens judicias, os agentes apreenderam celulares e documentos.

G1/Globo

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