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Maior coleção de cachaças do Vale do Ivaí está à venda; saiba mais

Filhos do idealizador estão abertos à negociações para vender acervo com mais de 600 unidades

A família de Marumbi (PR) detentora da maior e mais antiga coleção de cachaças do Vale do Ivaí está aberta a propostas para venda. A decisão foi tomada 20 anos após a morte do idealizador e dono do acervo, José Pavezi, que morreu em 2004. A viúva dele, Maria Pavezi resistiu as muitas propostas que recebeu ao longo dos anos devido ao apego afetivo mas agora colocou a responsabilidade pela venda das mais de 600 unidades na mão dos filhos.

Segundo ela, o acervo é uma parte da história da família, devido ao carinho e cuidado que seu marido dedicava a cada garrafa. “É uma recordação do José, ele adorava essas pingas. Todos os lugares que ele ia comprava uma ou ganhava dos amigos. E foi enchendo. Eu não queria me desfazer, mas não tenho mais paciência e não posso mais cuidar. Entreguei a responsabilidade para os filhos. Se aparecer alguém interessado em comprar e meus filhos concordarem, por mim tudo bem”, afirma.

Foto: Arquivo pessoal

Filha de Maria, Rosângela Pavezi Furlan recorda que muitos rótulos foram presenteados por amigos que sabiam da predileção que seu pai tinha por cachaças. “Podia passar o tempo que fosse, ele sabia quem havia dado e o ano”, afirma ressaltando que a coleção traz lembranças de sua infância, já que seu pai iniciou a coleção na década de 1960.

Sobre a venda da coleção, a decisão foi tomada por Rosângela e seus irmãos que concordam sobre a dificuldade que a mãe deles tem em cuidar das garrafas que ficam em um armário. “Se aparecer uma boa proposta a gente vende a coleção de cachaças, pois minha mãe já está cansada”, afirma.

Maria Pavezi cuidou por muitos anos da coleção do marido
Foto: Arquivo pessoal

RARIDADES

Entre as marcas encontradas na prateleira está a lendária Caninha Pelé que virou mito no mundo dos destilados brasileiros depois queo rei do futebol mandou recolher todas as unidades logo após seu lançamento. Reza a lenda que só existem 6 garrafas atualmente, mas Rosângela acredita que o número não inclui o exemplar guardado na coleção de seu finado pai. “Tem garrafas que são raridade, que são muito caras”, afirma.

A primeira pinga que entrou na coleção foi a marca Laúca, mantida intocável. Era uma das melhores pingas do Brasil em 1963. Há também as marcas Nego Velho e Canoa Velha, produzidas em 1957, e algumas famosas em nível nacional nas décadas de 60 e 70, como a 3 Fazendas, Tatuzinho, Oncinha, Caninha da Roça e Canta Galo, entre outras. No acervo existem ainda nomes curiosos como Amansa a Sogra, Levanta o Pau, Abaixa o Pau, Cura Veado, Vergonha e Caninha Corintiana.

Caninha Pelé está entre os rótulos do acervo de pingas
Foto: Acervo pessoal

COMO TUDO COMEÇOU

José Pavezi era agricultor e já foi vereador por duas vezes em Marumbi. Desde 1963, quando ainda era moço e solteiro, ele começou a colecionar cachaça. Foi quando gostava de saborear uma boa caninha sozinho ou com os amigos. Comprando ou ganhando de presente, ele foi formando aos poucos sua coleção, que hoje é considerada um verdadeiro “santuário da cachaça”, se é que assim pode ser denominado o conjunto das bebidas alcoólicas.

TN Online

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