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Leg day: entenda a importância de treinar os membros inferiores

O treino de pernas é essencial para um melhor desempenho na academia, na prevenção de dores e na melhoria de vida. Veja os benefícios desse treino e as consequências de não fazê-lo

Amado por poucos e odiado por muitos, o treino de pernas conta com milhares de benefícios para a saúde, entretanto, muitas pessoas negligenciam a importância de treinar esses músculos. Para a educadora física e personal trainer Uaquiany Oliveira, o leg day é de extrema importância para a melhora no condicionamento físico do indivíduo. “É o nosso grupamento muscular maior, por isso a gente consegue prevenir lesões, trabalhar o equilíbrio e o fortalecimento das articulações”, diz.

Você talvez já tenha ouvido que a panturrilha é o segundo coração do corpo humano, isso porque essa musculatura leva grandes quantidades de sangue de volta para o coração. Segundo o educador físico Caio Gomes, fortalecer essa e outras musculaturas dos membros inferiores melhora a saúde cardiovascular e a qualidade de vida. “Ajuda o indivíduo a ter mais fôlego e disposição em outras atividades do dia a dia, como subir alguns degraus sem ter fadiga muito alta”, afirma.

Segundo Caio, outro benefício dos treinos de perna é o auxílio no metabolismo, porque, ao desenvolver os membros inferiores, trocando gordura por músculo, ocorre um aumento da taxa metabólica basal. “Isso é excelente para indivíduos que têm o objetivo de emagrecer, porque, com mais músculos, você aumenta a sua taxa metabólica basal, o que significa que você vai gastar mais energia estando em repouso”, explica.

Além disso, por ser o maior agrupamento muscular do corpo humano, os inferiores, quando trabalhados de uma vez só, geram uma grande liberação de hormônios que aumentam o metabolismo. “Uma coisa está ligada a outra: a gente aumenta o metabolismo e auxilia no condicionamento físico porque conseguimos trabalhar o cardiovascular”, afirma Uaquiany.

Alerta aos homens

Apesar de todos os benefícios, algumas pessoas, principalmente homens, ainda pulam o leg day. Segundo o educador físico Caio Gomes, muito por preconceito e falta de conhecimento, alguns homens focam somente nos treinos de membros superiores e acabam não fortalecendo os músculos inferiores, o que pode trazer malefícios. “Ele deixa de trabalhar muitas musculaturas, e isso pode ocasionar dores nas costas e em outras regiões”, declara.

As dores na lombar podem ser um incômodo fortíssimo e consequência da falta de fortalecimento dos membros inferiores. Isso, segundo a personal trainer, pode ocasionar em uma hérnia de disco ou comprimento de vértebras. “Os membros inferiores são a parte mais importante, porque é a nossa base. Se a sua base está fraca, chega uma hora que você vai cair.”

Além das dores, a falta do fortalecimento dos músculos da perna prejudicam o desempenho nos treinos de superiores, foco de muitos homens que pulam o leg day. Se o objetivo é pegar mais carga e evoluir no treino de braços e costas, trabalhar os membros inferiores é fundamental. “Provavelmente ele não vai conseguir ter firmeza para realizar alguns exercícios. A perna vai começar a tremer, a lombar vai começar a doer, e isso vai prejudicar a evolução dele”, justifica Caio Gomes.

Treinar perna é imprescindível para quem quer pegar pesado no treino de superiores..
Treinar perna é imprescindível para quem quer pegar pesado no treino de superiores.(foto: Reprodução/Unsplash/ Madseneqvist)

Para pessoas que fazem atividades com impacto, o leg day é ainda mais importante. “A maioria dos homens joga bola ou faz corrida, e aí a gente precisa ter fortalecimento de articulação de joelhos e dos músculos da perna”, explica Uaquiany.

Depois de romper o ligamento do joelho jogando futebol, Renato Mota, 28 anos, recebeu a recomendação médica de começar a fazer musculação focada nos membros inferiores. “Andar, correr e fazer as coisas do dia a dia causam muito impacto, e eu preciso de um músculo forte para segurar esses impactos e não comprometer tanto o meu joelho”, conta.

Antes de passar por cirurgia, Renato nem frequentava a academia, porém não perdia uma partida de futebol nos fins de semana. Ele acredita que talvez sua lesão poderia ter sido evitada caso tivesse os músculos inferiores mais fortalecidos e trabalhados. “Se antes eu tivesse o ritmo de treino que eu tenho hoje, estaria numa condição bem melhor, talvez nem precisasse fazer a cirurgia”, afirma.

Quase dois anos depois da cirurgia, Renato percebe os benefícios da musculação para a qualidade de vida. Apesar de não gostar de treinar inferiores, reconhece a importância desse treino para sua saúde e condicionamento físico. “Com o músculo fortalecido, o processo de recuperação do joelho é melhor, além de evitar futuros traumas e rompimentos”, crê Renato.

Para os mais velhos

Segundo a educadora física Uaquiany Oliveira, para pessoas na terceira idade, a musculação é ainda mais necessária. A partir de uma certa idade, inicia-se o processo de sarcopenia, a atrofia muscular, em que o treino de inferiores é essencial para o fortalecimento dos músculos, a correção postural e o equilíbrio. “Se não treinar, vai perder força e equilíbrio.”

De acordo com ela, para as pessoas mais velhas, o treino de inferiores representa maior independência em tarefas simples do dia a dia, como subir escada e se agachar para pegar algo. “Tendo a base forte, principalmente joelho, quadril, coxa, abdômen, glúteo e lombar, a gente consegue uma longevidade maior, uma qualidade de vida maior, até para fazer coisas básicas de casa”, afirma a profissional.

Treinar inferiores garantirá mais força, melhora na postura e no equilíbrio. Para pessoas mais velhas, pode melhorar consideravelmente a independência e a qualidade de vida.
Treinar inferiores garantirá mais força, melhora na postura e no equilíbrio. Para pessoas mais velhas, pode melhorar consideravelmente a independência e a qualidade de vida.(foto: Reprodução/Freepik)

No caso das mulheres, a academia tem sido cada vez mais recomendada por médicos para equilibrar os sintomas da menopausa, período em que o metabolismo fica mais lento e que ela tende a perder densidade óssea e massa muscular, ambas conseguidas por meio da musculação. “Quanto mais massa muscular, mais densidade óssea e endorfina, o que ajuda na liberação de hormônios analgésicos”, explica Uaquiany.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE

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