Vacina: A guerra contra a desinformação é uma batalha de todos
por Rubens Bueno*
Um dos maiores feitos da ciência é o desenvolvimento de vacinas para os mais diversos vírus. Sem dúvidas, fortalecer o sistema imunológicos é o objetivo principal, estimulando a produção de anticorpos combatendo a ação de vírus e bactérias. Porém, infelizmente, nos últimos anos, a sua importância foi desacreditada no nosso país.
Além da imunização ser uma estratégia eficiente e imprescindível para que a saúde pública não entre em um colapso como tivemos na COVID-19, ela previne doenças que podem causar um efeito irreversíveis na vida de uma pessoa.
Apesar do nosso ex-presidente ter sido um péssimo exemplo, desacreditando o uso dos imunizantes, principalmente em crianças, dizendo frases como “eu não vou tomar a vacina. E ponto final”, em referência ao imunizante contra a Covid-19, a importância da vacina é histórica.
Introduzidas em nosso País em 1904, durante uma fase que sofríamos com várias doenças, entre elas a varíola, causadas principalmente pela falta de saneamento básico e tratamento de água. Na época, o médico sanitarista Oswaldo Cruz realizou várias medidas para combater as epidemias, entre elas, a criação da Lei da Vacina Obrigatória, que mais tarde, devido o pouco conhecimento da população sobre os imunizantes, acabou gerando a Revolta das Vacinas.
Porém, jornais fizeram campanha contra a medida instala por Oswaldo Cruz, onde houve rebeliões populares contra a vacinação em massa. Mesmo contra toda essa revolta, Osvaldo Cruz conseguiu erradicar, em 1907, a febre amarela no Rio de Janeiro, reformar o Código Sanitário e reestruturar todos os órgãos de saúde e higiene do país, além de ajudar, anos depois, em 1910, a combater a malária durante a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e a febre amarela, a convite do governo do Pará.
A sua importância é tão grande para o Brasil que criado por ele, hoje temos no Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das instituições mais respeitadas no mundo no setor de pesquisa e desenvolvimento em ciências biológicas, sendo também referência na saúde pública.
Em 1961 o Brasil começou a produzir vacinas, iniciando com os imunizantes contra a varíola e a poliomielite, desde então, passando pela criação, em 1973, do Programa Nacional de Imunização, até a chegada do Sistema Único de Saúde (SUS), o objetivo é conceder uma melhor qualidade de vida e proteção a curto, médio e longo prazo para todos os brasileiros.
Acredito que quando falamos em vacinação no Brasil, lembramos do personagem Zé Gotinha, criado em 1986, pelo artista plástico Darlan Rosa, a pedido do Ministério da Saúde do Brasil, na campanha de vacinação contra a poliomielite e hoje sendo o símbolo do Programa Nacional de Imunização.
Porém, cada vez mais precisamos de novos símbolos a nosso lado nessa luta, pois temos pessoas e grupos tentando descredibilizar a importância dos imunizantes a todo momento e isso deve ser combatido. Acredito que um dos maiores símbolos da nossa sociedade que poderiam ajudar nessa luta seriam as Forças Armadas.
Esta é uma guerra que precisamos vencer e acredito que a presença das Forças Armadas auxiliando nas campanhas de vacinação por todo o nosso país seria a certeza que a vitória estaria mais próxima.
*Rubens Bueno é Presidente do Cidadania do Paraná e ex-deputado federal.