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Lobo-guará passa por avaliação veterinária antes de ser devolvido à natureza em C. Mourão [fotos]

Depois de receber uma onça parda, em março, equipe do Centro Veterinário Integrado participou ativamente na captura e avaliação do animal

Policiais do 11º Batalhão da Polícia Militar de Campo Mourão receberam uma visita diferente na madrugada desta quinta-feira (24/08). Um lobo-guará – animal silvestre ameaçado de extinção – foi avistado pela manhã entre as viaturas da guarnição. Acuado pelos cães que vivem no pátio do batalhão, o animal se aproximou da área administrativa, onde acabou cercado pelos policiais que acionaram os órgãos ambientais para o resgate adequado.

Acionada pelo Instituto Água e Terra (IAT) e Polícia Ambiental, a equipe do Centro Veterinário Integrado, pertencente ao Centro Universitário Integrado, em Campo Mourão, participou do resgate do animal que é o maior canídeo (mamíferos carnívoros que englobam lobo, cão e raposa) da América do Sul e pode chegar a 30 quilos.

Avaliações de saúde

Segundo o professor Rafael Pinheiro, anestesista do Centro Veterinário Integrado após a captura o lobo-guará foi conduzido ao centro veterinário sem a necessidade de sedação. Após ingresso na clínica é que foi realizada uma contenção química com anestésico para avaliação, a fim de não correr nenhum risco do animal se machucar ou passar por estresse. Pinheiro destaca que “é uma satisfação poder trabalhar numa ação que objetiva devolver à natureza – em segurança – animal tão especial”. O professor conta que o lobo-guará era um macho de 26 quilos, muito saudável, e uma espécie rara na região.

Como explica a coordenadora do curso de Medicina Veterinária do Integrado, professora Camila Mottin, o animal passou por exame de sangue, radiográfico, de fezes e urina. Apto para a soltura, foi encaminhado pelas equipes ambientais à uma área de reserva ambiental onde poderá seguir seu ciclo de vida em liberdade.

Camilla destaca que esta é a segunda oportunidade vivida pela equipe do Centro Veterinário Integrado com animais silvestres em 2023. “A primeira ocorreu em março quando tivemos a satisfação de receber uma onça parda resgatada em Engenheiro Beltrão”, complementa.

Os especialistas do Centro Veterinário Integrado orientam que em casos semelhantes – de encontro de animais silvestres em povoamentos rurais ou em área urbana – a população deve acionar a Polícia Ambiental e nunca jogar água ou pedra para afugentar o animal. Isso pode aumentar o estresse e o animal pode se tornar agressivo para se defender.

Saiba mais sobre o lobo-guará

Dependendo da região, o lobo-guará também pode ser chamado guará, aguará, aguaraçu, lobo-de-crina, lobo-de-juba e lobo-vermelho. Ele é uma espécie de canídeo endêmico da América do Sul e suas marcas lembram as de uma raposa.

Mamífero, é um dos animais silvestres que constam na lista dos ameaçados de extinção no Brasil. Ao contrário de outras espécies de lobo que vivem em matilha, o lobo-guará é um animal de hábito solitário. Seu bioma é o Cerrado brasileiro. Vive em regiões abertas, como campos e matas de capoeira. Seu pelo é amarelo-alaranjado, com as patas e o focinho pretos. O pescoço é branco, assim como a ponta do rabo e dentro das orelhas compridas.

Considerado a maior espécie de canídeo das Américas, o lobo-guará não é agressivo. Ele é apenas curioso e, devido a drástica redução de seu habitat natural, pode se aproximar das povoações e áreas urbanas. (fotos: Centro Universitário Integrado/Larissa Ruas)

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