Jovem de 21 anos encontrada nua na cama teria sido morta por sufocamento com travesseiro; apartamento na zona sul estava trancado por dentro
Horas antes de ser encontrada morta, nua e com um travesseiro sobre o rosto, no apartamento em que morava na zona sul da capital paulista, a ex-modelo Dalliene de Cássia Brito Pereira, de 21 anos, comprou cigarro e trocou mensagens no celular.
As circunstâncias do crime, assim como sua autoria, têm deixado a Polícia Civil de São Paulo intrigada até o momento.
Câmeras de monitoramento do prédio e de um posto de combustíveis registraram os últimos momentos em que a jovem esteve na rua com vida (assista abaixo).
Dalliene foi a um happy hour com uma colega, após o fim do expediente de trabalho, na sexta-feira (30/6). Ela chegou ao prédio onde morava, em Santo Amaro, às 21h10. Enquanto o elevador sobe, até o 9º andar, a jovem não para de trocar mensagens no celular.
Exatos 33 minutos depois, ela vai até um posto de combustíveis, ao lado do edifício. Sempre com o olho fixo no celular, lendo e respondendo mensagens, Dalliene compra um maço de cigarros. Quando sai da loja, ela se despede de frentistas do posto, que respondem à saudação.
Durante a madrugada de sábado (1º/7), a ex-modelo mandou mensagens para um irmão e também para a amiga com quem dividia o apartamento, Brunna Ysabelle Gondim Faria, de 22 anos.
Amiga de infância da vítima, Brunna estava em uma boate e recebeu as mensagens de Dalliene quando voltava para casa em um carro de aplicativo. Ela passou a morar com a vítima em fevereiro deste ano.
Amiga vai ao posto
A mesma câmera que registrou Dalliene comprando cigarro captou Brunna comprando um pão de queijo, às 5h38 de sábado.
Ela retornou à loja de conveniência às 5h47 e pediu o celular da atendente emprestado. À polícia Brunna alegou que seu telefone não estava fazendo ligações e que Dalliene não havia respondido suas mensagens nem atendido à porta do apartamento.
Por fim, ela ligou para o zelador do prédio e falou sobre a situação. Brunna disse, em depoimento à polícia, não ter uma cópia da chave do imóvel, que ficava, segundo ela, com a porta aberta, quando ambas as amigas estavam ausentes.
Prédio onde jovem foi assassinada misteriosamente não tem porteiro
Na madrugada de sábado, a porta estava trancada, pela parte de dentro. Por isso, ela foi arrombada pelo zelador acionado por Brunna. A ação foi acompanhada por policiais militares, que foram chamados também pela amiga da vítima.
A ex-modelo foi encontrada sozinha, morta sobre a cama, sem roupas e com um travesseiro sobre o rosto. Minutos antes, vizinhos e Brunna afirmam terem ouvido sons da cama da vítima rangendo.
O caso foi registrado como homicídio qualificado por asfixia, e a investigação é acompanhada pessoalmente por Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Telefonema da polícia
A mãe de Dalliene afirmou ao Metrópoles que recebeu um telefonema da Polícia Civil de São Paulo, por volta das 8h20 de sábado, comunicando a morte da filha.
Valéria havia recebido uma mensagem de Dalliene no dia anterior, na qual a filha mandava um “oi”.
“Senti que ela queria me falar alguma coisa, mas não falou. Não mandou mais nada depois disso. Por volta de 3h [de sábado], ela mandou mensagem pro irmão, um meme carinhoso e uma música”, relembra a mãe da vítima.
Dalliene era modelo em Minas Gerais e, de acordo com a mãe dela, mudou-se para a capital paulista, em janeiro de 2022, com o intuito de conseguir mais oportunidades para a carreira.
“Mas em São Paulo ela descobriu que não queria mais ser modelo, porque ela não queria ficar fazendo dieta, sofrendo para emagrecer. Aí, ela começou a estudar administração e conseguiu um emprego em outra área”, explicou Valéria.
A ex-modelo foi contratada como recrutadora de uma empresa de aplicativo de vendas, na qual já havia sido promovida. Por causa disso, teria conseguido comprar o apartamento em Santo Amaro, ainda de acordo com a mãe dela, para onde se mudou nove meses após chegar a São Paulo.
Dalliene foi sepultada no cemitério Memorial Parque de Uberaba, cidade mineira onde nasceu e cresceu. Além dos pais, ela deixa quatro irmãos.