Médicos israelenses reconectam a cabeça ao pescoço após menino palestino sofrer decapitação interna
Criança, de 12 anos, sofreu grave acidente quando estava de bicicleta
Uma equipe de médicos reconectou a cabeça de um menino palestino de 12 anos ao pescoço depois que ele sofreu decapitação interna em grave acidente, ocorrido em junho, em uma longa e complexa cirurgia.
Os cirurgiões israelenses de Jerusalém, dizem que realizaram a operação “extremamente rara” em Suleiman Hassan, que mora na Cisjordânia, depois que um carro o derrubou da bicicleta. Seu crânio quebrou as vértebras superiores da coluna, efetivamente separando a cabeça do corpo com apenas pele e músculos mantendo-o no lugar.
A lesão é conhecida como luxação atlanto-occipital ou decapitação interna. Os cirurgiões tiveram que agir rápido para consertar os ossos a fim de proteger a medula espinhal e salvar a vida do menino, informou o “Times of Israel”. O feito foi anunciado pela direção do Hadassah Medical Center na última quarta-feira (12/7)
Os ligamentos que ligavam o crânio de Suleiman à sua coluna estavam tão danificados que não conseguiam mais manter os ossos no lugar.
“Lutamos pela vida do menino. O procedimento é muito complicado e levou várias horas. Na sala de cirurgia, usamos novas placas e fixações na área danificada. “Nossa capacidade de salvar a criança foi graças ao nosso conhecimento e à tecnologia mais inovadora na sala de cirurgia”, afirmou Ohad Einav, do Hadassah Medical Center.
Einav, que voltou a Israel há um ano após uma bolsa em centros de trauma em Toronto (Canadá), estimou que há poucos registros desta rara lesão em Israel. Até onde ele sabe, ele é um dos poucos cirurgiões em Israel especializados em cirurgia de trauma para lesões na coluna.
Suleiman recebeu alta recentemente com uma tala cervical e continuará a ser cuidadosamente monitorado pela equipe do Hadassah.
“O fato de tal criança não ter déficits neurológicos ou disfunção sensorial ou motora, e de estar funcionando normalmente e andando sem auxílio após um processo tão longo, não é pouca coisa”, celebrou Einav.
O hospital informou que o pai de Suleiman não saiu do leito durante a recuperação da delicada cirurgia.
“Agradecerei a vocês por toda a minha vida por salvar meu querido filho único. (Deus) Abençoe todos vocês. Graças a vocês, ele recuperou a vida mesmo quando as chances eram baixas e o perigo era óbvio”, afirmou o pai do menino.
De acordo com um estudo de 2015, a decapitação interna é três vezes mais comum em crianças do que em adultos.
“A lesão é extremamente rara, mas sabemos que, como as crianças entre 4 e 10 anos têm a cabeça grande em relação ao corpo, elas são mais suscetíveis do que os adultos”, explicou Einav.
A taxa de sobrevivência daqueles que sofrem decapitação interna é baixa. Na maioria dos casos, a lesão resulta em morte. Há evidências de que as crianças se saem melhor do que os adultos, mas ainda não há dados suficientes comparando crianças com adolescentes.
Uma pesquisa de 2021 de estudos sobre lesões em crianças e adolescentes descobriu que 55% não sobrevivem à lesão inicial, transporte para o hospital, cirurgia e recuperação.