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Fenômeno El Niño está de volta – e pode deixar o clima extremo

Retorno do fenômeno climático tinha sido apontado pela OMM (Organização Meteorológica Mundial); entenda os efeitos dele

O fenômeno climático conhecido como El Niño está de volta. É o que informou o NOAA (Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA), na quinta-feira (08).

Esse retorno do fenômeno climático acontece após três anos do padrão climático La Niña, que, geralmente, reduz um pouco as temperaturas globais. E é provável que o El Niño produza condições climáticas extremas no final de 2023.

A OMM (Organização Meteorológica Mundial) havia informado, em maio, que o fenômeno climático deveria se desenvolver ainda neste ano.

O que é o El Niño

Ilustração do fenômeno climático El Niño no mapa mundi
(Imagem: Divulgação)

Esse padrão climático incomum causa aquecimento ou temperaturas acima da média na superfície do Oceano Pacífico tropical central e oriental. O fenômeno foi notado pela primeira vez em meados de 1600 por pescadores peruanos, que descreveram períodos de águas excepcionalmente quentes no Oceano Pacífico.

Os eventos do El Niño ocorrem irregularmente em intervalos de dois a sete anos e podem afetar o clima em todo o mundo. Embora não tenha um ciclo regular e seja bastante imprevisível, já que nenhum evento é exatamente igual aos outros, esse padrão climático geralmente interfere no clima normal durante dezembro, perto do Natal.

Durante os eventos do El Niño, as águas quentes na superfície aumentam o nível de profundidade do oceano, que separa a água superficial quente da água mais fria abaixo. Com isso, o fenômeno climático traz chuva para a América do Sul e leva secas para a Indonésia e a Austrália.

Em algumas partes do mundo, as enchentes causadas pelos efeitos do El Niño estão associadas ao aumento de casos de cólera, dengue e malária.

Prejuízo trilionário

América do Sul vista do Espaço
(Imagem: NicoElNino/Shutterstock)

O fenômeno climático poderá causar prejuízos de até US$ 3 trilhões (aproximadamente R$ 15 trilhões, na cotação atual) à economia global. A previsão, que se estende até 2029, é de um estudo publicado recentemente na revista científica Science.

Os autores do estudo, da Universidade Dartmouth, nos EUA, descobriram que o El Niño tende a prejudicar o crescimento econômico dos países por anos após o evento.

Eles analisaram o impacto econômico do El Niño entre 1982 e 1983, que resultou em perda de renda global de US$ 4,1 trilhões (R$ 20,5 trilhões) ao longo de cinco anos, segundo a pesquisa. Outro El Niño, que ocorreu entre 1997 e 1998, custou ao mundo US$ 5,7 trilhões (R$ 28,5 trilhões) em perdas de renda.

Olhar Digital

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