Maio Amarelo: o que você pode fazer por um trânsito mais seguro

Acidentes fatais aumentam em todo o país, mas atitudes simples podem reverter um cenário desolador

O Maio Amarelo é um período que visa chamar atenção para os acidentes de trânsito e criar uma conscientização coletiva para este problema que tira tantas vidas anualmente. Mas ao menos em 2023, não há o que comemorar.

O número de fatalidades no trânsito aumentou neste ano em praticamente todas as capitais do Brasil. Apenas em São Paulo (SP), houve um crescimento de 53% nas mortes em fevereiro, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Detran. Cidades como Brasília (DF) e Porto Alegre (RS) também estão mais perigosas no trânsito.

Atitudes simples no trânsito podem mudar este panorama. É o que dizem os engenheiros automotivos Tiago de Bortoli e João Lottermann, da AutoInsp, e especialistas do Observatório Nacional de Segurança Viária. Conheça as principais delas abaixo:

Respeite as leis e as placas de trânsito (óbvio!)

Segundo os especialistas, respeitar as leis e as placas de trânsito é o principal passo para reduzir as fatalidades. “Obedecer os limites de velocidade, não ultrapassar em locais proibidos e usar cinto de segurança são algumas das atitudes que salvam vidas”, ressaltam.

Um estudo realizado pelo Ministério dos Transportes em 2020 revelou que 53,7% dos acidentes de trânsito no país são causados por imprudência ao volante. Dirigir de forma mais responsável é o primeiro passo para um trânsito mais seguro.

Não use o celular ao volante

Bortoli e Lottermann dizem que o celular é o grande vilão do trânsito nos dias atuais. O Observatório Nacional de Segurança Viária concorda, “O uso do celular é uma das principais causas de distrações. Evite falar ao telefone, enviar mensagens ou navegar por aplicativos enquanto estiver dirigindo”, diz o órgão.

Um simples áudio enviado no WhatsApp ou um e-mail respondido podem tirar segundos do tempo de reação do motorista. Dessa forma, ele estará vulnerável a colidir com outros carros ou atropelar um pedestre. Infelizmente, um quinto dos brasileiros dizem que usam o celular ao volante.

Redobre a atenção em áreas de risco

De acordo com o Observatório de Segurança Viária, áreas como escolas, cruzamentos, curvas e trechos de obras são mais suscetíveis a acidentes graves envolvendo pessoas na rua. O motorista deve redobrar a atenção para não atingir crianças atravessando a rua, funcionários e outros pedestres.

Dê preferência aos pedestres

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), ciclistas têm prioridade sobre os veículos automotores e os pedestres têm prioridade sobre os ciclistas. O Observatório Nacional de Segurança Viária diz que motoristas e motociclistas devem dar preferência aos usuários mais “frágeis” nesta cadeia, especialmente nos locais em que a presença de pedestres é sinalizada por placas.

Mantenha o carro em ordem

Segundo Tiago de Bortoli e João Lottermann, da AutoInsp, manter o veículo em boas condições também é um fator que colabora para um trânsito mais seguro. “Verificar os pneus, sistema de freios e faróis são boas práticas”, dizem os engenheiros automotivos.

Pneus murchos ou carecas comprometem o consumo e a capacidade de frenagem do automóvel. Da mesma forma, freios desgastados aumentam a distância que o carro percorre em emergências. Lâmpadas queimadas diminuem a visibilidade do seu veículo por parte de outros motoristas, pedestres e ciclistas.

Não beba álcool e dirija

O Observatório de Segurança Viária ressalta que o uso de álcool e drogas reduz as capacidades motoras do motorista, tornando-o mais suscetível a cometer acidentes. Um estudo divulgado pelo Detran mostrou que 42% dos acidentes com vítimas no Estado de São Paulo entre 2019 e 2021 foram causados por motoristas embriagados.

Quem for flagrado dirigindo bêbado será multado em R$ 2.934,70 e ainda perderá a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O registro de concentração de álcool igual ou superior a 0,34 mg/L resulta em crime de trânsito. A pena ao motorista embriagado nesse cenário é de seis meses a três anos de detenção.

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