Nadiro da Silva de Souza, principal suspeito de ter assassinado a própria filha, Maria Cecília, de apenas 4 anos, no dia 12 de maio, em Terra Rica (130 km de Maringá), chegou em Maringá no fim tarde desta quinta-feira, 25. Ele havia se apresentado à polícia na presença de um advogado na manhã desta quinta-feira, em Loanda, e foi trazido para Maringá por uma determinação do Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (Deppen).
O advogado de Nadiro da Silva de Souza entrou em contato com a polícia na noite desta quarta-feira, 24, como explica o delegado de Terra Rica, Samuel Souto Ribeiro.
“Ele entrou em contato conosco através de seu advogado e nós marcamos para que ele pudesse se entregar hoje pela manhã por volta das 8h30, na região do município de Loanda. Nós entendemos que ali seria um local mais adequado e mais seguro para manter a integridade física dele”, disse o delegado.
Nadiro teria tentado simular a própria morte, ao deixar o carro, alguns pertences e um par de chinelos às margens do Rio Paranapanema, onde jogou o corpo da filha. Agora a polícia vai investigar se ele recebeu a ajuda de alguém.
Nadiro deverá prestar depoimento entre hoje e amanhã. “O interrogatório dele será feito o mais breve possível por videoconferência. A gente só precisa que o advogado dele tenha acesso aos autos. Para isso é necessária autorização judicial, por conta do segredo absoluto de justiça que foi instaurado. (…) a gente acredita que ele será interrogado hoje, ou mais tardar até amanhã”, diz o delegado.
O caso
Maria Cecília, de 4 anos, foi morta e teve o corpo jogado no Rio Paranapanema. Ela foi encontrada no dia 12 de maio, um dia depois de o pai pegar a criança para passear por algumas horas. O corpo da criança foi encontrado com os pés e as mãos amarradas. A menina deveria ter sido devolvida para a mãe no fim da tarde, mas em vez disso, o pai de Maria Cecília mandou áudios com ameaças, dizendo que mataria a criança.
Ele é o principal suspeito de ter cometido o crime. Desde que o corpo da menina foi encontrado, Nadiro Silva de Souza não foi mais visto. Buscas aquáticas e terrestres foram realizadas ao longo das duas últimas semanas no Rio Paranapanema e na região de Terra Rica, como explica o delegado.
“A equipe do Corpo de Bombeiros vinha fazendo essa busca e paralelamente a isso a gente seguia uma linha de investigação de que ele poderia estar vivo. Então, desde o primeiro momento, a gente nunca descartou essa possibilidade. A gente seguia as duas linhas: ou de ele ter tirado a própria vida no rio, ou de ele ter fugido. A gente acredita que ele poderia estar na mata num primeiro momento, próximo onde foi encontrado o corpo da filha, e que posteriormente poderia ter se deslocado, mas sempre ficando na região”, completou.
Nadiro enviou foto da filha morta para a mãe
A morte de Marília Cecília ganhou repercussão nacional. Uma câmera de segurança registrou o momento em que Nadiro Silva de Souza buscou a filha, no dia 12 de maio – veja o vídeo abaixo.
O homem conseguiu na justiça o direito de sair com a filha durante o dia. Esta era a segunda vez que ele havia buscado Maria Cecília. Ele saiu com a criança na sexta-feira,12, pela manhã e, no fim da tarde, enviou para a mãe da menina áudios da criança chorando e depois uma foto, onde ela aparecia já sem vida. A imagem enviada para a mãe mostra que a criança foi morta enforcada com uma corda.