Equipe consegue acesso, mas desiste de disputar a Série Ouro por conta do escasso recurso financeiro. “Se não tivéssemos peitos, vocês nos apoiariam?”, diz a frase
As jogadoras da Associação Feminina de Futsal de Apucarana (AFFA) aproveitaram o Dia Internacional da Mulher para chamar a atenção e protestaram contra a falta de recursos no futsal feminino. O time conquistou o acesso à Série Ouro do Paranaense, mas não disputará por não ter patrocínio.
Em uma postagem, seis atletas posam sem camisa e apenas com o calção da AFFA, no meio da quadra do Ginásio de Esportes Lagoão. O treinador Adenilsom de Souza também está presente.
A frase faz um questionamento: “Se não tivéssemos peitos, vocês nos apoiariam?”.
No ano passado, a AFFA conquistou o título inédito da Série Prata ao vencer o Rio Branco por 4 a 2 no tempo normal e empatar sem gols na prorrogação. O custo mensal era de apenas R$ 800 para um grupo de 20 jogadoras, quase todas de Apucarana e com emprego fixo em outra área, sem salário e ajuda de custo do futsal.
Já em 2023, a Série Ouro tem início em abril, e o clube não mandou a documentação necessária para participar e abriu mão da vaga. A AFFA precisava viabilizar uma renda de R$ 25 mil mensais para estrutura e viagens.
Algumas jogadoras do elenco afirmaram que vão desistir da carreira no futsal.
– Ser mulher é ser guerreira sem ter outra escolha. A diferença de gênero é o vento que nos empurra pra trás na corrida pelos nossos direitos – completa as meninas da AFFA
Por outro lado, o Apucarana Futsal (masculino) conseguiu patrocínios para a disputa da Série Prata e realizou amistosos contra o Corinthians, atual campeão da Liga Nacional de Futsal (LNF), e diante do Cascavel, campeão da Libertadores. O time também tem apoio da Prefeitura.
– Não pedimos coisas absurdas para que o projeto tivesse continuidade. Eles queriam muito um time na Ouro, mas não era o feminino. Muitas vezes temos que nos esforçar duas ou três vezes mais, conciliar trabalho e coisas pessoais com os treinos para podermos obter os resultados e, mesmo assim, conseguimos. É triste que a gente teve que abrir mão de um sonho construído há mais de 10 anos – disse a atleta Ana Guedes, ao TN Online.
Via: GE/Paraná RPC