A competência técnica não é o único fator envolvido na contratação de um profissional no mercado de trabalho. Infelizmente, mulheres grávidas ainda perdem empregabilidade, mesmo com o artigo 373 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que condena práticas discriminatórias envolvendo a contratação, promoção, remuneração ou dispensa de gestantes.
A insegurança profissional obtida ao iniciar uma gestação ainda tira a confiança de muitas mulheres para buscarem novas oportunidades de trabalho, como é o caso de Caroline Silva, 28 anos. Em setembro do ano passado, Caroline recusou uma proposta de emprego da Votorantim Cimentos para atuar como assistente de Recursos Humanos na fábrica de Rio Branco do Sul (PR) por estar no terceiro mês de gestação. “Não posso aceitar, estou grávida”, disse ela, ao ser procurada pela empresa.
A consultora de Gente da Votorantim Cimentos, Patrícia Geffer, responsável pelo processo seletivo e pelo contato com Caroline, revela que ficou surpresa com a resposta. “Na hora eu respondi: não entendi. Qual o problema?”.
Depois desse retorno, Caroline decidiu participar do processo seletivo e foi contratada ao mostrar toda sua competência e valores profissionais. Hoje, ela está de licença maternidade cuidando do seu segundo filho, o Gael, que completou um (1) mês de vida em fevereiro deste ano.
Patrícia conta que esse caso exemplifica a cultura igualitária na Votorantim Cimentos como um todo e mostra que o único fator a ser considerado deve ser, sim, o da competência. “Quando fizemos as entrevistas, chegamos ao veredicto que ela cumpria todos os requisitos pretendidos para o cargo e, por isso, não existia qualquer motivo para não ser contratada. Todos concordaram e hoje ela está conosco, desempenhando muito bem seu papel, e agindo com protagonismo e responsabilidade para alcançarmos nossos objetivos”, disse Patrícia.
Caroline também se mostra muito feliz com o desfecho da história. “Pude sentir a diversidade e inclusão acontecendo de verdade, mesmo sendo mulher, uma pessoa com deficiência e gestante. É muito fácil dizer que uma empresa é a favor da diversidade e inclusão apenas para cumprir uma cota, mas e no dia a dia? Esta empresa me dá orgulho e me mostra todos os dias que a inclusão acontece de verdade”, afirma Caroline.
Outras iniciativas
A Votorantim Cimentos, empresa de materiais de construção e soluções sustentáveis, tem buscado aumentar a participação feminina por meio de diversas iniciativas. Sua fábrica localizada na cidade de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR), é um exemplo. A unidade está entre as fábricas da empresa que mais evoluíram na contratação de mulheres em 2022. Totalizou um crescimento de 100% em comparação com 2021, passando de 33 para 66 mulheres em seu quadro geral de pessoas da unidade.
A Votorantim Cimentos possui a meta de alcançar 30% de mulheres em cargos de liderança no Brasil até 2030. Para isso, realiza programas e projetos para estimular essa inclusão e apoio como o Lidera VC um programa lançado em 2020 para o desenvolvimento de mulheres líderes. Mais de 100 mulheres que ocupam cargos de liderança participaram das três edições do Lidera VC entre 2020 e 2022. A iniciativa aborda diferentes temáticas a partir da perspectiva de gênero e inclusão, como estereótipos de gênero, negociação, liderança inclusiva, liderança estratégica e imagem profissional.
Outra iniciativa que começou em 2022 é o Programa de mentoria para mulheres negras, realizado em parceria com aIniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e voltado para o desenvolvimento de mulheres que hoje ocupam posições de analistas a consultoras na empresa. A mentoria, iniciada em setembro, aborda temáticas como carreira e empoderamento, tanto sob a perspectiva de gênero como de raça. Participam da iniciativa 28 mulheres negras que estão sendo mentoradas por outras mulheres que já ocupam posições de liderança.
Já na área operacional, há mulheres dirigindo caminhões betoneiras entregando concreto em obras, motoristas de caminhão e operadoras de painel na mineração de calcário da companhia, mecânicas que trabalham na manutenção de equipamentos, programas exclusivos de contratação de mulheres para estágio técnico e cargos de engenharia.
“Apesar da ampla participação das mulheres no mercado de trabalho e da competência profissional delas, ainda precisamos avançar na participação feminina. Os programas da Votorantim Cimentos buscam preencher essa lacuna e o que gostaríamos de reforçar é que há vagas para as mulheres que querem trabalhar na indústria. Nosso objetivo é fortalecer o pilar de gênero em nossas operações com ações que gerem presença, participação e desenvolvimento de mulheres”, afirma Daniel Gustavo de Moraes, gerente de Gente da Votorantim Cimentos.
Tribuna do Paraná
