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Cmeg/C. Mourão: Mulheres que Fizeram e Fazem História tem mais duas homenageadas anunciadas

As irmãs Natália Duda Suliman Othman e Irene Duda (da Casa Real) também serão homenageadas na terceira edição do evento no evento “Mulheres que Fizeram e Fazem História”, que vai acontecer no dia 10 de março, a partir das 20 horas, nos salões do Telhados de Paris. O anúncio oficial foi feito nesta semana pela Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Campo Mourão e Região (Cmeg), promotora do evento que também comemora o Dia Internacional da Mulher.

Serão homenageadas seis mulheres de Campo Mourão que tiveram ou tem atuação destacada em diferentes áreas de atuação no Município. Também será prestada uma homenagem póstuma à pioneira e escritora Isolde Collodel Silveira.

As homenageadas

Nascida em 14 de abril de 1933, no Cerne (perto de Campo Largo), em uma propriedade a beira da estrada de terra que ligava Curitiba a Londrina, Natália Duda Suliman Othman e a irmã Irene Duda estão à frente da Casa Real desde 1988, quando faleceu o sogro. O tradicional estabelecimento, que comercializa roupas, está localizado na avenida Capitão Índio Bandeira, entre as ruas São Paulo e Harrison José Borges.

A família passou por diversas cidades do Paraná, antes de se radicar em Campo Mourão. Certo dia, um caminhão com pessoal do DER que construía estrada Curitiba-Londrina estragou perto da casa da família da homenageada, no Cerne. A equipe do órgão estadual foi na sua casa pedir água e comida. Acabaram convidando a família para mudar para o Norte. O pai concordou e em sete dias mudaram-se. Deixaram tudo para trás e mudaram-se para Cambé.

Nessa época, Natália tinha oito anos e já queira trabalhar para ter seu dinheiro. Foi então trabalhar numa casa, de doméstica. A patroa era professora e perguntou se ela sabia fazer tudo. Natália confirmou. Foi pedido para fazer uma galinha para o almoço (matar, depenar, cortar em pedaços e cozinhar). Ela fez como sabia. Ninguém comeu o frango e foi mandada embora.

Na sequência a família mudou-se para Arapongas, onde a homenageada trabalhou por cinco anos como doméstica. Porém, na época da colheita de café, saia do emprego para ajudar a família como boia fria. Na sequência, a família fixou residência em Aricanduva, onde conheceu o futuro marido, Salomão. Depois de seis meses de namoro, casaram-se e foram morar em Apucarana.

Salomão era mascate e Natalia ajudava no orçamento da família lavando roupa para 20 “patrícios”. Tirava água do poço. Passava com ferro a brasa e cozinhava para eles. Uma vida de muito trabalho e ela acentua que nunca pegou um centavo.

Os dois primeiros filhos do casal – Dauto e Dalila – nasceram em Arapongas. A família passou ainda pela Serra do Cadeado, onde o sogro montou uma vendinha para Natalia, à beira da rodovia. Era uma casa de pinheiro e telhado de taboinha. O sogro saia para vender roupa em uma cavalo com dois cestos. Natália ficava na venda, fazia pão (andava um quilômetro para assar o pão) e fazia conserva de pimenta. Puxava água com dois tambores por um quilômetro. Ainda criava galinha, cabrito e porco para engordar, matar e vender. A vida não era nada fácil: para lavar a roupa ia a uma mina a um quilometro de distância e o sabão era produzido em casa.

Com dois anos, a filha Dalila contraiu pneumonia e, levada para Arapongas, acabou falecendo. Algum tempo depois, a convite do irmão do sogro, a família mudou-se para Peabiru, pois a vida na Serra do Cadeado era muito difícil.

O filho Jamal nasceu em 1958, em Peabiru. A família acabou mudando-se para Campo Mourão e abriu uma loja – Casa Popular – com o irmão do sogro, Fahri, no mesmo lugar onde é hoje. O prédio era alugado. Com o tempo compraram o ponto do farmacêutico Borba (Farmácia do Borba).

Só então Natália começou a trabalhar na loja (antes era dona de casa). O filho mais novo, Jamal, engraxava sapatos e vendia bilhete. Já o mais velho, Dauto, vendia bilhete. Tudo para ajudar a pagar o ponto. Natália chegou a vender seis pulseiras de ouro que tinha ganhado do marido para ajudar a pagar.

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