Cientistas deixam água do mar rosa em praia dos EUA; saiba o motivo
O corante é ambientalmente seguro e permite o rastreio dos processos de interação entre fluxos de água doce e ondas oceânicas
Quem visitar a praia de San Diego, na California, vai se deparar com as águas do mar na cor rosa. Isso porque, em janeiro e fevereiro, os pesquisadores realizam um experimento com corante para estudar como pequenos fluxos de água doce interagem com as ondas oceânicas. O colorante é ambientalmente seguro e permite o rastreio dos processos de interação.
“Rios e estuários desempenham um papel importante no transporte de água doce e materiais como sedimentos e contaminantes para o oceano costeiro, mas pouco se sabe sobre como essas plumas de água doce e mais flutuante interagem com o ambiente oceânico costeiro mais denso, mais salgado e frequentemente mais frio, particularmente quando as plumas encontram ondas quebrando”, explica o Scripps Institution of Oceanography, em comunicado.
Para rastrear o caminho dos pequenos fluxos de água, os pesquisadores utilizam drones, sensores afixados em postes e um jet ski equipado com um fluorômetro (um dispositivo que mede a fluorescência ou luz emitida pelo corante). Com o experimento, também é feita a medição da altura das ondas, marés, salinidade e temperatura.
“Estou animada porque esta pesquisa não foi feita antes e é um experimento realmente único. Estamos reunindo muitas pessoas diferentes com diferentes conhecimentos, de modo que acho que teremos resultados e impactos realmente excelentes. Combinaremos os resultados desse experimento com um estudo de campo mais antigo e modelos de computador que nos permitirão progredir na compreensão de como essas plumas se espalham”, disse a oceanógrafa e líder da pesquisa Sarah Giddings.
O experimento é concentrado na Lagoa Los Penasquitos, pois o local é um dos principais exemplos onde pequenos fluxos deságuam na zona de ondas, também chamada de zona de rebentação. Os pesquisadores esperam que os resultados forneçam dados para ajudar a quantificar a propagação de sedimentos, poluentes, larvas e outros materiais no ambiente costeiro.
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“A Lagoa Los Peñasquitos é um sistema muito dinâmico, com diferentes elementos mudando a cada dia, muitas vezes até ao longo de um dia. Estou ansioso para ver como o equilíbrio das forças físicas – ondas oceânicas competindo contra a vazão do rio – determinam o destino da água do estuário quando ela entra no oceano costeiro nos dias em que conduzimos nosso experimento de campo. Também estou muito animado para pilotar um novo tipo de sistema de drone com uma câmera que tem quase 100 vezes a capacidade de distinguir o espectro de luz visível do que a câmera do nosso telefone”, contou o pós-doutorando da Scripps Alex Simpson.
Via: Correio Braziliense