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6 mitos sobre a covid-19 desvendados por cientistas

Passados quase três anos do início da pandemia da covid-19, diferentes tipos de mitos sobreviveram e ainda são compartilhados, em especial pelas redes sociais. Embora inúmeros estudos tenham comprovado a importância das máscaras, por exemplo, é possível observar pessoas desacreditarem esta forma simples e barata de conter as transmissões do coronavírus SARS-CoV-2, novamente recomendada em casos de aglomerações.

Em artigo recente para a plataforma The Conversation, a dupla de cientistas Stephen Griffin, virologista e professor da Universidade de Leeds, e Simon Nicholas, especialista em saúde pública e professor da Universidade de Swansea, desvendam alguns grandes mitos sobre a covid-19.

Mito 1: vírus provoca apenas formas leves da covid-19

Com o surgimento da variante Ômicron e de suas descendentes, a impressão é que o vírus provoca apenas casos leves da covid-19. No entanto, isso não é necessariamente verdade, já que não é possível desconsiderar que grande parte da população mundial está vacinada com pelo menos duas doses — no Brasil, o índice é de 80,1%.

É mito que o vírus da covid-19 provoque apenas formas leves da doença (Imagem: Vladimirzotov/Envato Elements)

Somando as vacinas e os casos de infecção anterior pelo vírus, a maior parte do mundo tem alguma proteção contra o coronavírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 90% da população mundial possui atualmente algum nível de imunidade à covid-19.

Neste cenário, a dupla de cientistas reforça que “os resultados das doenças dependem criticamente da imunidade”, inclusive na atual pandemia. “O SARS-CoV-2 não é inerentemente leve ou está necessariamente se tornando mais leve”, acrescentam. Mesmo com esse nível geral de proteção, o vírus ainda pode ser uma ameaça e doses complementares das vacinas são necessárias.

Mito 2: idosos e imunossuprimidos são os únicos que correm risco com a covid-19

Outro mito é que apenas idosos ou pessoas imunossuprimidas podem desenvolver formas graves da covid-19 agora. Cada organismo é único, e não é possível prever como indivíduos vão reagir a esta doença. Além disso, para os mais jovens, “mesmo uma infecção leve pode provocar casos de covid longa”, alertam. No Reino Unido, a condição afeta até um em cada cinco adultos de 18 a 64 anos.

Mito 3: crianças não são afetadas pela covid-19

Crianças não vacinadas são mais vulneráveis a contrair formas graves da covid-19 (Imagem: Rido81/Envato Elements)

As crianças ainda estão bastante vulneráveis à covid-19, à covid longa e outras complicações, como óbitos. Por outro lado, em todo o mundo, as taxas de imunização para esse grupo estão baixas. No Brasil, as vacinas contra a covid-19 estão liberadas apenas para crianças de 6 meses a 2 anos com comorbidades e crianças com mais de 3 anos (independente dos fatores de saúde).

Só que, do começo do ano até o mês de novembro, mais de 477 mortes foram confirmadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associado à covid em bebês e crianças de até 5 anos no Brasil. Neste mesmo período, a influenza (gripe) provocou apenas 32 óbitos.

Mito 4: usar álcool em gel é o suficiente para evitar a covid-19

No começo da pandemia, o álcool em gel e a higienização das mãos eram consideradas as duas principais medidas de proteção contra a covid-19. Apesar de ainda serem importantes, a ciência descobriu que a principal forma de transmissão do vírus não ocorre através do contato com superfícies contaminadas.

Segundo a dupla de cientistas, “o SARS-CoV-2 se espalha por meio de minúsculas partículas de umidade suspensas no ar, chamadas de aerossóis”. Dessa forma, ventilação adequada dos espaços — como manter janelas abertas — e máscaras são essenciais para reduzir a transmissão.

Mito 5: máscaras de proteção não funcionam

Máscaras são eficazes no combate à covid-19 (Imagem: CDC/Pexels)

As máscaras aina são alvos de críticas durante a pandemia da covid-19, mesmo que sejam uma estratégia simples e barata para evitar a transmissão da covid-19. Entre as possíveis explicações, estão três principais fatores:

“Usadas ​​adequadamente, as máscaras do tipo PFF2 e PFF3 filtram 95% e 99% das partículas, respectivamente, até o tamanho de aerossóis. Desta forma, eles protegem tanto o usuário quanto os outros” da covid-19, afirmam os cientistas.

Para entender sobre o risco de contrair a covid-19 em cada ambiente, com ou sem máscaras, o Canaltech publicou um especial a partir de um estudo de risco, desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Colorado e a Universidade do Estado da Pensilvânia, ambas nos Estados Unidos.

Mito 6: vacinas não são mais eficazes

No momento, as vacinas da primeira geração construídas a partir da cepa original do coronavírus — ainda são eficazes na prevenção de formas graves e mortes. Além disso, protegem contra a covid longa. No entanto, precisam ser periodicamente atualizadas, através de doses de reforço, como recomendam os especialistas de saúde. Hoje, a quinta dose da vacina já está disponível para algumas pessoas no Brasil, por exemplo.

Para aperfeiçoar a resposta imune contra a Ômicron e seus descendentes, como a BA.4 e BA.5, as farmacêuticas Moderna e Pfizer também desenvolveram as primeiras fórmulas bivalentes. Isso significa que protegem contra dois tipos de cepas do vírus, em um esquema semelhante à vacina da gripe. Em breve, estas doses devem chegar aos brasileiros e, com isso, irão aumentar as defesas contra o vírus.

Via: CanalTech (com informações do: The Conversation)

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