10 plantas perigosas para cachorros e gatos
Mesmo aparentemente inofensivas, algumas plantas podem ser tóxicas e perigosas para animais de estimação, como cachorros e gatos. Em casos extremos, mastigar folhas, bulbos e flores podem levar o seu pet a precisar de ajuda veterinária urgente ou ainda provocar o óbito do animal, quando o tratamento ocorre tarde demais. Kalanchoe, Jiboia e Flor-de-Natal devem ser evitadas em casas com pets.
Por plantas perigosas para cachorros e gatos, entendemos que são os vegetais que, se ingeridos em condições naturais, provocam sinais clínicos de intoxicação até a morte do animal, explica a cartilha desenvolvida pela Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Além dos dados brasileiros, o Canaltech consultou para esta lista orientações da Universidade da Geórgia e da American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (Aspca), ambos sediados nos Estados Unidos.
A seguir, confira 10 plantas perigosas para cachorros e gatos, e consideradas bastante tóxicas para a ingestão:
1. Azaleia
Conhecida popularmente como Azaleia, a planta Rhododendron spp pode provocar casos de intoxicação em cães e gatos, mas também em carneiros e ovelhas. Quando ingere o vegetal, o animal tende a apresentar um quadro de salivação, vômitos, diminuição da frequência cardíaca, tremores, tonturas e fraqueza. O principal tóxico é a graianotoxina.
2. Kalanchoe
De fácil cultivo, plantas do gênero Kalanchoe podem florir durante todo o ano, quando bem iluminadas pelo Sol. No entanto, as diferentes espécies desse vegetal são bastante perigosas para pets, especialmente se as folhas forem ingeridas. Aqui, o principal composto tóxico são os glicosídeos cardioativos.
“A forma de ação desse princípio tóxico é aumentar a força de contração do músculo do coração, por inibição da bomba de sódio e potássio do coração. Esse aumento de contração pode levar a lesões cardíacas”, explicam os pesquisadores da UFG. Dependendo do nível de ingestão, causa convulsões, coma ou ainda a morte.
3. Comigo-Ninguém-Pode
No caso da Comigo-Ninguém-Pode (Dieffenbachia seguine), o próprio nome popular já alerta para os possíveis riscos, mesmo que intuitivamente. Aqui, o princípio tóxico mais comum é oxalato de cálcio, encontrado na forma de pequenas agulhas que cobrem todo o vegetal. Dessa forma, a planta provoca diferentes formas de intoxicação ao entrar em contato com a pele, os olhos ou a boca do cachorro e do gato. Entre as possíveis complicações, estão: lesão da córnea, inflamação, dor, dificuldade respiratória e até obstrução da faringe, o que pode ser fatal.
4. Jiboia
Bastante comum nos lares brasileiros, a trepadeira Jiboia (Epipremnum pinnatum) é também recoberta por cristais de oxalato de cálcio, como ocorre com a Comigo-Ninguém-Pode e outras espécies da família Araceae. Por isso, pode causar inúmeras complicações ao pet, principalmente em casos de ingestão. Casos de óbito já foram relatados, quando há o fechamento das vias respiratórias.
5. Tulipa
Em cores variadas, as tulipas (Narcissus spp) são famosas por desabrocharem na primavera e, após o período de floração, “morrerem”. Na verdade, os bulbos permanecem vivos e, em condições ideais, vão gerar novas flores na próxima temporada. Aqui, o ponto especial de perigo para os pets é justamente o bulbo. Se ingerido, pode provocar irritação gastrointestinal intensa, salivação, perda de apetite, convulsões e anormalidades no coração.
6. Flor-de-natal
Popularmente conhecida como a Flor-de-Natal ou Bico-de-Papagaio, o arbusto Euphorbia pulcherrima com folhas geralmente na cor vermelha é bastante tóxico para animais de estimação. Pensando na toxicidade do vegetal, os pets não devem entrar em contato com a seiva e nem com as folhas, já que contêm ésteres diterpenoides, que causam irritação no local do contato e, posteriormente, intoxicação. Quando atingem o olho do pet, é possível encontrar relatos de perda parcial ou total da visão.
7. Espada-de-São-Jorge
A Espada-de-São-Jorge (Dracaena trifasciata) é uma planta bastante comum nos lares brasileiros e, como outras plantas já listadas, também possuí cristais de oxalato de cálcio nas folhas e nos rizomas. Dessa forma, pode provocar diferentes formas de intoxicação em cachorros e gatos, inclusive pode obstruir a faringe do pet — uma complicação potencialmente mortal.
8. Costela-de-Adão
Reconhecida pelas folhas grandes e verdes em formato de coração, a Costela-de-Adão (Monstera deliciosa) pode provocar quadros de intoxicações em cães e gatos devido à presença do oxalato de cálcio. Aqui, o risco maior é ao morder a planta e, dependendo das circunstâncias, a saúde do animal pode ser severamente afetada. Em casos extremos, pode provocar a morte.
9. Lírio
Com fragrância marcante, as flores dos gêneros Lilium, como os lírios verdadeiros, e Hemerocallis podem causar graves formas de intoxicação em animais, afetando prioritariamente os rins. Isso porque carregam compostos nefrotóxicos, espalhados por toda a planta, o que pode colocar a vida do animal em risco.
Passadas algumas horas da ingestão, o cachorro ou gato pode apresentar um quadro de salivação exacerbada, vômito, recusa a se alimentar, poliúria (grande volume de urina) e desidratação. Enquanto isso, outros problemas diretamente nos rins podem ser provocados, como dificuldades em filtrar o sangue.
10. Cannabis
Apesar de ser conhecida por supostos efeitos relaxantes em humanos, a Cannabis sativa pode levar animais a desenvolverem casos de intoxicação, provocados na maioria das vezes pelo tetraidrocanabinol (THC) — o composto psicoativo da erva. Nessas circunstâncias, o animal pode perder o controle muscular, apresentar incontinência urinaria, ficar desorientado, desenvolver fotofobia (sensibilidade forte à luz), ter tremores ou ainda sofrer com alterações cardíacas.
É importante esclarecer que esta lista traz apenas 10 espécies de plantas perigosas para pets, mas outras flores, folhagens e arbustos podem ser igualmente ou mais perigosos. Por isso, em caso de suspeita de intoxicação ou de dúvidas, procure sempre por atendimento veterinário para o seu cachorro ou gato. Se possível, leve também o vegetal que foi ingerido pelo animal. |
Fonte: CanalTech (com informações de: UFG, Universidade da Geórgia e Aspca (1) e (2) )