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Quatis invadem casa em C. Mourão e devoram bacon e torresmo. Não faz mal? Bióloga explica

Uma família em Campo Mourão, moradora do Parque das Acácias, na região do Lar Paraná, foi surpreendida com a ‘visita’ de dezenas de quatis na última terça-feira (13). De acordo com informações do Portal G1, mais de 50 quatis invadiram a casa e fizeram “a limpa na despensa”.

A dona da casa, Gisele Ostapechem, de 40 anos, contou ao G1 que os quatis comeram dois pacotes de pães, dois pacotes de biscoitos, dois pacotes de torradas, cinco maçãs, um abacaxi, várias tangerinas, quatro quilos de bacon, um pacote de torresmo e quase dois quilos de banha de porco.

Um dos moradores conta, em vídeo publicado nas redes sociais, de que vários quatis que invadiram a casa estão bem gordinhos – afinal banha de porco e torresmo não é uma dieta nada saudável para os humanos. De acordo com a bióloga e professora do curso de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Martha Fischer, esses animais silvestres estão sendo excluídos de seus ambientes naturais e comendo o que tem disponível nas cidades.

O quati, por ser um animal onívoro, tem uma alimentação bem flexível, explica a bióloga. Na natureza, ele se alimenta de pequenos insetos e até frutas, mas os alimentos processados, por proporcionar mais energia, costumam ser mais atrativos. “Você vê hoje até pássaros, o que é muito sério, que começaram a comer lixo. Tem pássaros que nem conseguem mais voar mais de tão gordinhos. Este é o impacto da comida industrializada aos animais, que comem esses resíduos. É uma questão muito importante, de pensar numa cidade que tem que ser sustentável e inclusiva para esses animais”, defende a especialista.

A bióloga explica que esse comportamento, de invasão de animais silvestres na área urbana, tem ficado cada vez mais comum – sendo um problema que precisa discussão. “A gente fala de cidade de interior, mas em Curitiba, na região do Barigüi, micos entram nas casas, gambás, morcegos. Com as queimadas, onças e alguns pássaros tem feito ninhos ao redor de casas”, revela Fischer.

Levantar a questão de um convívio equilibrado com os animais é bem pertinente, de acordo com a especialista. “É uma reflexão necessária, principalmente quando a gente fala em cidadania, em cidades verdes, é um trabalho coletivo. Todo mundo vive junto. E agora é um momento de se pensar em construir essa nova cidade, preparar a cidade para esse convívio”, analisa.

O que fazer ao encontrar um animal silvestre?

A orientação, segundo a Prefeitura de Curitiba, é nunca interferir. “É importante nunca retirar um animal silvestre de seu habitat e nem transportá-lo para outros espaços. Algumas espécies são únicas e estritamente presentes naquele habitat. Transporte para outras áreas e soltura indiscriminada podem ocasionar desequilíbrio ambiental”, orienta o Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna.

É importante ressaltar que sempre que possível a população anote o lugar e o momento em que o animal foi visto e informe aos profissionais da área na sua região, para que possam manter o monitoramento se julgarem relevante.

O Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna possui em seu corpo técnico profissionais habilitados que poderão ser consultados. Se houver dúvidas, a população pode ligar para os telefones (41) 3350-9937 e 3313- 5480.

Via: Tribuna do Paraná

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