PR: Noiva alega golpe de empresa ao descobrir que festa não existia no dia do casamento
A cerimônia de casamento é, para algumas mulheres, uma data extremamente importante e que teve de ser planejada minuciosamente durante meses. Este foi o caso de Michele Pires Machado, de 32 anos, que aguardava ansiosamente pelo tão sonhado dia. Para isso, ela e o seu noivo contrataram a empresa Orchid Rose Produções de Eventos, localizada na avenida São Gabriel, no bairro Campo Pequeno, em Colombo (PR). Porém tudo se tornou um pesadelo no dia 30 de abril quando eles descobriram que não havia festa.
Michele conversou com a IstoÉ e relatou que pesquisou por outras empresas para realizar o seu casamento, mas acabou optando pela Orchid Rose. “Havia vários anúncios em páginas do Facebook. Inclusive, tinha avaliações e indicações nos grupos de noivas e eventos”, disse.
Mesmo assim, ela e o seu noivo marcaram uma reunião com Gisele Portes de Souza, proprietária da Orchid Rose, e foram até o espaço AR Eventos, localizado na rua Atalaia, no bairro Guaraituba, Colombo (PR). Na sequência, eles assinaram o contrato com a empresa em 8 de fevereiro de 2021.
A princípio, a cerimônia de casamento estava marcada para o dia 15 de janeiro deste ano. No entanto, por conta da pandemia de Covid-19, foi remarcada para 30 de abril.
“Demos o valor de entrada para a festa de casamento. Realizamos pagamento adiantado. Não pedimos desconto. O que ela (Gisele) informou, nós pagamos. Gastamos R$ 15.640”.
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No decorrer do ano de 2021, os noivos contrataram outros serviços, como robô de led e pista paris. “Eu solicitei diversas vezes para que a Gisele atualizasse o contrato, mas ela inventava desculpas e dizia que o advogado estava cuidando disso. Quando eu cobrava de novo, ela alegava que estava ocupada com outros eventos ou que estava de mudança. Assim se sucedeu e nunca recebi o contrato atualizado.”
Segundo Michele, em abril, ela e o noivo foram novamente ao local onde seria o casamento deles e conversaram com a cerimonialista que prestava serviço para a Orchid Rose. “Definimos como seria feita a decoração e as posições das mesas. A princípio, estava tudo certo. Não imaginamos que ela (Gisele) daria um golpe.”
No entanto, Michele começou a desconfiar da proprietária da empresa na semana do dia 30 de abril. “De repente, a Gisele entrou em contato e afirmou que tinha mostrado o cardápio errado, que ele era mais caro do que o menu que contratamos. Para mantê-lo, teríamos que dar mais dinheiro ou mudávamos para outro. Optamos pelo cardápio diferente.”
Um dia antes da cerimônia, Michele conversou novamente com Gisele e parecia que estava tudo certo para a data tão aguardada.
Dia do casamento
Para o casamento, os noivos convidaram familiares que residem no interior do Paraná, alguns amigos de São Paulo e de Santa Catarina.
No intuito de aproveitar ao máximo a lua de mel, Michele e o novo pegaram férias nos respectivos trabalhos para irem viajar.
O espaço que eles alugaram para realizar o casamento possui nos dois andares de cima alguns quartos com suítes. Havia, inclusive, um camarim para a noiva. Então, os dois reservaram o estabelecimento para o fim de semana da cerimônia.
“Contratamos também maquiadora e cabeleireira para irem ao local e arrumarem tanto eu quanto a minha mãe, minha sogra e as madrinhas. O intuito era passar o dia da noiva no espaço e fazer o making of.”
No dia 30 de abril, a maquiadora foi a primeira a chegar no Espaço AR Eventos e o local estava fechado. Ao ser informada, Michele entrou em contato imediatamente tanto com o dono do estabelecimento quanto com Gisele.
Nesse momento, o sonho virou pesadelo pois a proprietária da Orchid Rose comunicou à noiva que não conseguiria realizar a festa porque os seus fornecedores se recusaram a fazer permuta.
“Quando cheguei no local em que seria a festa, a ficha caiu. Comecei a chorar, me desesperei. O dono se disponibilizou a nos ajudar e ligou para os seus fornecedores. Aos poucos, os funcionários chegaram e tivemos que pagar tudo de novo. Para isso, usamos o dinheiro que seria para as férias, o cartão de crédito emprestado do meu cunhado, da gravata e os presentes de casamento que fizemos pelo site ‘casei’ que reverte em dinheiro. Além disso, tivemos que comprar refrigerante e água em um mercado próximo.”
“Ainda bem que o fotógrafo, os doces, bolo e salgadinhos eu contratei a parte. Acredito que ninguém conseguiria nos atender no dia para fazer essas coisas. O buffet foi mais simples, não o que nós tínhamos contratado. Surgiu um sentimento de empatia nas pessoas e elas foram ajudando. No fim, tivemos a festa de casamento, mas não foi a que eu sonhei”, acrescentou.
“Eu não lembro de tudo o que aconteceu no meu casamento porque passei o dia nervosa e chorando. Estava tão nervosa que só fazia o que a cerimonialista falava. Eu só pensava: ‘Sorria, Michele. Sorria’. Hoje vejo as fotos e vídeos da cerimônia e parece que eu não estava lá. Isso é muito triste”, completou.
Registro de boletim de ocorrência
Após esse sufoco, segundo Michele, a proprietária da Orchid Rose afirmou que iria devolver todo o dinheiro gasto pelos então noivos. “Ela está só enrolando. Já falou várias datas e nada. Para mim, ela não vai cumprir mais uma vez o que diz.”
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Por conta disso, Michele registrou um boletim de ocorrência no 4° Distrito Policia da Capital (Curitiba). A ocorrência foi protocolada como estelionato e crime contra o patrimônio.
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O que diz a Orchid Rose
A IstoÉ entrou em contato com a Orchid Rose por meio do WhatsApp para comentar o caso, mas não obteve resposta até o momento.
O espaço permanece aberto para a manifestação da empresa.
O portal também entrou em contato com a Assessoria da Polícia Civil de Curitiba para saber se outros casais denunciaram a mesma empresa. O órgão apenas informou que o caso é apurado pela Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (DELCON).