Finlândia é eleita o país mais feliz do mundo pela quinta vez seguida; brasileiros falam sobre a experiência lá
Pela quinta vez seguida, a Finlândia foi eleita o país mais feliz do mundo, de acordo com a classificação “World Happiness Report” (Relatório Mundial de Felicidade).
Nem sempre felicidade se traduz com sorrisos e gargalhadas. Desde que foi publicado pela primeira vez, o Relatório Mundial de Felicidade se baseia em conceitos “menos óbvios” e índices de bem-estar.
“Relatórios anteriores analisaram as ligações entre a confiança das pessoas no governo e nas instituições com a felicidade. Os resultados demonstram que as comunidades com altos níveis de confiança são mais felizes e mais resilientes diante de um ampla gama de crises”, disseram os autores do ranking em comunicado publicado nesta sexta-feira (18/3). “O relatório deste ano vem no meio do Pandemia de Covid-19, que derrubou vidas em todo o mundo”, acrescentou.
“Encontramos durante 2021 notável crescimento mundial em todos os três atos de bondade monitorados: ajudar estranhos, voluntariado e as doações em 2021 aumentaram fortemente em todas as partes do mundo, atingindo níveis de quase 25% acima de sua prevalência pré-pandemia. Essa onda de benevolência, que foi especialmente grande para ajudar estranhos, fornece evidências poderosas de que as pessoas respondem para ajudar os outros em necessidade, criando no processo mais felicidade para os beneficiários, bons exemplos para os outros seguirem e uma vida melhor para si”, explicou John F. Helliwell, um economista canadense e editor do World Happiness Report.
O ranking da felicidade no planeta:
1 – Finlândia
2 – Dinamarca
3 – Islândia
4 – Suíça
5 – Holanda
6 – Luxemburgo
7 – Suécia
8 – Noruega
9 – Israel
10 – Nova Zelândia
11 – Áustria
12 – Austrália
13 – Irlanda
14 – Alemanha
15 – Canadá
16 – EUA
17 – Reino Unido
18 – República Tcheca
19 – Bélgica
20 – França
(…)
39 – Brasil
Os países menos felizes:
137 – Zâmbia
138 – Malauí
139 – Tanzânia
140 – Serra Leoa
141 – Lesoto
142 – Botsuana
143 – Ruanda
144 – Zimbábue
145 – Líbano
146 – Afeganistão
“Passei dois dias em Helsinque em 2018. Cidade superlimpa e organizada. É tudo tão limpo e organizado que dá até agonia. Gente altamente educada e reservada. O que mais impressionou, além da limpeza das ruas, foram os diversos modais de transporte em perfeita sinergia: carros, trens, bondes…”, contou ao PAGE Nabucodonozor Aquino Barbosa Filho, de 44 anos, morador de Maceió. “Eles pareciam mais satisfeitos com a vida. Mais alegres. Presenciei até uma colisão entre um ônibus de turismo e um carro. Tudo se resolveu na mais perfeita harmonia. Aparentemente tudo funcionava perfeitamente bem. Acredito que pode ser uma tradução para felicidade também”, emendou o engenheiro.
“Foi uma experiência rápida, numa viagem de férias pela Escandinávia. Mas, de pronto, notei a diferença. As ruas do centro de Helsinque são bem pouco movimentadas. Aqui, o centro é um formigueiro. Penso que isso se dá ao fato das pessoas lá terem suas ocupações formais. Todo mundo está trabalhando numa empresa ou estudando. Enquanto que aqui somos muitos os informais”, disse ao PAGE o advogado Italo de Queiroz Negromonte, morador de Olinda (PE), 29 anos. “É um povo centrado. Talvez até sejam felizes, de fato. Mas não transparecem como nós. Lá, as coisas funcionam. As pessoas podem confiar nas instituições. Isso certamente traz felicidade”, acrescentou.
Já a argentina-brasileira Lara Massi, de 43 anos, nunca foi à Finlândia, mas, mesmo sem a experiência, defende uma teoria para a felicidade escandinava.
“Só reforça a minha teoria de que não há felicidade possível no calor”, comentou Lara, que viveu 40 anos no Rio.