Paranaense preso com drogas na Tailândia foi cooptado pelo tráfico, afirmam advogados
A defesa do apucaranense Jordi Vilsinski Beffa, de 24 anos, preso com cocaína na Tailândia, afirma que ele foi cooptado pelo tráfico de drogas. O jovem foi preso na semana passada com 6,5 quilos do entorpecente no Aeroporto de Suvarnabhumi, em Bangkok, junto com outros dois brasileiros. O advogado criminalista Petrônio Cardoso, que atua na defesa do apucaranense, encaminhou documentação à embaixada brasileira na capital tailandesa com certidões negativas do jovem a fim de comprovar que Beffa não possui antecedentes criminais.
“Jordi não é um traficante, não ostenta riqueza, não tem carro. Ele levava uma vida regrada em Apucarana, estava trabalhando de forma registrada na indústria de confecção de máscaras e era um bom funcionário. Infelizmente acabou sendo cooptado pelo tráfico de drogas para trabalhar de ‘mula’, e acabou sendo preso do outro lado do mundo”, disse o advogado em entrevista à repórter Silvia Vilarinho, na edição desta sexta-feira, 25, do Jornal da Tribuna.
Cardoso acredita que o jovem tenha sido atraído por meio das redes sociais e provavelmente tenha se iludido com a promessa de viajar para um país paradisíaco e ganhar dinheiro fácil. “As pessoas vão se aproximando, vendendo ilusão, se encontrando em festas, bares, formatando dentro da cabeça a ideia de visitar o paraíso, no caso a Tailândia. A cidade onde fica o presídio onde Beffa está preso é maravilhosa, paradisíaca. Infelizmente ele está dentro de um presídio, mas era para passear, conhecer a cidade e ganhar um dinheiro fácil, enriquecer, mas não é essa a realidade do tráfico”, assinalou.
O advogado disse que reconhece que o jovem errou e que deve pagar pelos seus atos, no entanto, por ser réu primário, merece uma pena justa. Cardoso conta com o auxílio do advogado Matheus Machado que foi responsável pelos primeiros contatos com a embaixada e que agora tenta acionar advogados tailandeses, uma vez que a legislação daquele país exige que a defesa seja feita exclusivamente por advogados de lá. “Embora exista toda a dificuldade do idioma, estamos buscando a melhor defesa possível para o Jordi”, afirmou Machado.
“É humanamente impossível os pais dele pagarem os custos processuais. A família mora em uma casa simples, o pai é porteiro a mãe é aposentada e juntos ganham dois salários mínimos. Nós aceitamos esse encargo de tentar apresentar a melhor defesa possível e Estamos em contato com universidades e os advogados sem fronteiras para encontrar um defensor público que dê a ele o sagrado direito de defesa”, complementou Petrônio.
PENAS RÍGIDAS
O advogado Matheus Machado confirma que a Tailândia possui penas rígidas contra o tráfico de drogas, mas explica que a legislação varia de acordo com o tipo e a quantidade de entorpecente. A lei tailandesa prevê penas que variam de 5 a 20 anos de prisão, prisão perpétua e até pena de morte para pessoas flagradas com drogas, dependendo o tipo e a quantidade do entorpecente. “Realmente existe pena de morte e prisão perpétua na Tailândia, todavia, o tráfico de cocaína se enquadra no tipo dois. Como Jordi não é traficante, ele foi usado para transportar a droga, há possibilidade de minorar a situação”, afirma Machado.
Segundo ele, o objetivo da defesa é provar à Justiça tailandesa que o jovem foi usado por criminosos, para que ele seja liberado e possa responder em liberdade aqui no Brasil.
Beffa está preso na província de Samut Pakan e ficará em isolamento até 7 de março, por conta das medidas preventivas contra a Covid. De acordo com os advogados, o país vive a quinta onda da doença e adotou medidas relativas aos detentos, proibindo qualquer tipo de contato no período de 20 dias. “A Tailândia é um país muito fechado, com a sexta maior população carcerária do mundo. São mais de 360 mil pessoas presas, 70% ligadas ao tráfico de drogas”, informou Petrônio.
Do GMC Online (com informações do TN Onine)