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Super fungo resistente a remédios, e que pode ser fatal, é identificado no Brasil

Serviços de saúde e laboratórios de microbiologia devem estar alertas às orientações previstas no Comunicado de Risco, emitido nesta semana pela Anvisa, para adotar as ações de prevenção e controle da disseminação do fungo Candida auris (C. auris). Trata-se de um microrganismo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global e foi identificado pela primeira vez como causador de doença em humanos em 2009, no Japão.

Algumas cepas de C. auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas) e sua identificação requer métodos laboratoriais específicos, uma vez que C. auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae.

Considerando um alerta epidemiológico em função dos relatos de surtos de Candida auris em serviços de saúde da América Latina, em 2016, a Anvisa já havia alertado para o risco em 2017. No entanto, até então, nenhum caso havia sido reportado. Nesta segunda-feira (7), porém, foi notificado à Anvisa o possível primeiro caso positivo em paciente internado em UTI adulto em hospital na Bahia.

Já estão sendo realizadas as análises fenotípicas para verificar o perfil de sensibilidade do microrganismo. O Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (Lemi–Unifesp), que é o laboratório colaborador de referência para sequenciamento da Rede Nacional para identificação de C. auris em serviços de saúde, realizará o sequenciamento genético (padrão-ouro) do microrganismo.

Para acompanhar o caso e para prevenir a disseminação de C. auris no país, foi organizada uma força-tarefa nacional composta por representantes de dezenas de órgãos de saúde do país. A Anvisa está trabalhando na revisão do Comunicado de Risco 01/2017 – GVIMS/GGTES/ANVISA, para contemplar a nova situação epidemiológica do país, a inclusão de outros laboratórios como referência para a rede nacional e as novas evidências científicas disponíveis.

“Recomendamos que os serviços de saúde e laboratórios de microbiologia estejam alertas às orientações previstas nesses documentos, para que ações de prevenção e controle da disseminação desse fungo sejam adotadas de forma oportuna e segura”, diz nota publicada pela Agência. .

Mais informações sobre a identificação do possível caso de Candida auris no Brasil estão disponíveis no Alerta de Risco GVIMS/GGTES/Anvisa 01/2020.

Da Tribuna do Paraná

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