Em Toledo, surto de coronavírus em cadeia superlotada faz disparar casos na cidade
Em duas semanas, os casos de pacientes infectados na cidade saltaram de 28 para 233
Toledo, cidade de 138 mil habitantes na região Oeste do Paraná, era apontada como exemplo de controle no novo coronavírus. Medidas que foram tomadas em março permitiram ao município testar, a partir do final de maio, um processo controlado de reabertura. No início de junho, a quantidade de confirmações da doença era de 28 casos. Mas, duas semanas depois, o número saltou para 233 – e deve aumentar ainda mais nas próximas horas, quando forem somados os 122 testes positivos realizados na cadeia pública da cidade.
O caso de Toledo mostra o alto poder de disseminação do vírus, principalmente em ambientes fechados. Com as visitas aos presos suspensas desde março, a principal suspeita é de que um agente levou a doença para dentro da cadeia. Assim que o funcionário público apresentou sintomas, ele foi testado e, a partir do resultado positivo, mantido em casa. Começou então uma fase de exames nos demais servidores e nos presos. Nenhum outro agente público testou positivo, mas entres os detentos, de 22 exames realizados, 20 confirmaram a presença do vírus.
A medida seguinte foi testar todos os outros presos, na sexta-feira (12), resultando em 122 diagnósticos positivos. A cadeia de Toledo está com 178 detentos e teria espaço para abrigar em situação adequada menos de 40. O Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR), por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), informou que todos os presos estão ou assintomáticos ou com sintomas leves, sem a necessidade de internamento hospitalar. Um médico do sistema prisional está monitorando a situação de saúde dentro da cadeia.
Em nota, o Depen-PR informou que a estratégia adotada é manter os presos em isolamento dentro da própria unidade. Não foram repassadas informações sobre como está a situação dos detentos que ainda não contraíram o vírus. Ainda segundo o Departamento Penitenciário, os presos estão em avaliação constante e a cadeia passa de duas a três vezes por dia por processo de limpeza e desinfecção. Os agentes públicos teriam recebido equipamentos de proteção individual (EPIs), para evitar que sejam contaminados.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Toledo, houve descuido, por parte da população, que não estaria seguindo as regras de prevenção. Ainda de acordo com a prefeitura, os números da cadeia pública da cidade ainda não tinham sido incluídos no boletim estadual que foi divulgado no sábado à tarde. Portanto, é esperada uma escalada repentina na quantidade de casos no município. Além da cadeia pública, 37 confirmações foram anunciadas nas últimas 24 horas em Toledo.
Fonte: Gazeta do Povo