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Coronavírus e o caos no Futsal

Modalidade à beira do abismo

Em meio a pandemia da Covid-19 o setor esportivo é um dos que sofre drasticamente os efeitos da paralisação das atividades, que vem gerando um cenário de desespero em algumas modalidades, cujo desenvolvimento depende do aporte financeiro de patrocinadores e parceiros.

É o que ocorre com o futsal brasileiro, modalidade em que os clubes e associações são na sua maioria entidades sem fins lucrativos, conduzidas por voluntários apaixonados pelo esporte. E como não visa lucro, a despesa geralmente suprime a receita, ou seja, cada real previsto no orçamento já é comprometido e se o dinheiro não entra, o projeto e as pessoas que o compõe, como atletas, comissão técnica e outros profissionais envolvidos, não recebem.

Assim como no restante do país, no Paraná, onde a modalidade é destaque no Brasil e no mundo em razão do grande trabalho dos clubes, a situação também é preocupante e alguns já correm o risco de fechar as portas. O Estado é considerado como um dos mais fortes do país quando se fala da modalidade e tem o maior número de equipes (seis) na Liga Nacional de Futsal (LNF). Os reflexos da pandemia são eminentes entre os clubes paranaenses e vêm atingindo em cheio a modalidade, ameaçando o emprego e sobrevivência do esporte e de mais de mil famílias, levando consideração somente as equipes das três divisões (Ouro, Prata e Bronze) comandadas pela federação estadual.

Fato é que o futsal de maneira geral, especialmente no Paraná, vive o drama de um colapso financeiro e a real possibilidade de desemprego em massa. Muitos patrocinadores e apoiadores de diversas equipes, independentemente da divisão, já anunciaram a suspensão do repasse financeiro acordado no início da temporada, alegando problemas econômicos motivados pelo Cononavírus. Outros ainda seguem mantendo os aportes, mas deixam claro sobre a dificuldade seguir com o investimento publicitário sem o retorno das competições o quanto antes, pois a exposição de suas marcas nos jogos é o objetivo principal do negócio. Contudo, ou os campeonatos voltam, ou mais investidores podem suspender os termos acordados e complicar ainda mais a situação das equipes.

Além disso os clubes não podem contar neste momento com outras importantes fontes de recursos como bilheteria, além de ter relevante diminuição de receita de sócio torcedor, vendas de camisetas e souvenir’s, entre outras, que só conseguem serem exploradas a fundo com as competições em andamento.

Torcida mourãoense sente falta da sua modalidade preferida

Neste contexto, clubes estão desde início da pandemia buscando várias alternativas para se manterem “vivos”, porem sozinhos já não mais visualizam solução, seguem aguardando manifestação por parte da Federação Paranaense de Futsal (FPFS), a quem por diversas vezes os Clubes pediram ajuda, mas até o momento nenhuma medida de apoio foi anunciada.

Em conversa com gestor do Campo Mourão Futsal, Anderson Hertz, não se trata apenas de um jogo, um esporte, e sim do trabalho de pessoas que dependem disso para a sobrevivência de suas famílias. “Precisamos de ajuda ou teremos em muito breve muitas pessoas desempregadas e o futsal é o sustento deles. Os clubes já tentaram tudo que estava ao alcance e não havendo a possibilidade do retorno gradativo das atividades, ou alguma medida governamental para o segmento, não teremos como seguir em frente. Não temos de onde tirar mais recursos, inclusive já oficializamos isso junto à Federação, sendo que também enviamos em anexo conjunto de medidas visando retorno de forma gradual, tomando os devidos cuidados para prevenção quanto ao Coronavírus”, declara o dirigente.

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