“Mercado do milho sob ameaça, cuidado”, diz ARC
Demanda deteriorada pode elevar estoques do cereal entre 25-35 milhões de toneladas
Na avaliação da Consultoria ARC Mercosul, o mercado mundial de milho está “sob ameaça”, e o momento é de máxima cautela. “Todo o setor de energias segue sucumbindo com uma demanda desestimulada diante da quarentena obrigatória em alguns países. O petróleo se tornou o epicentro da crise de combustíveis, registrando baixas consecutivas e agressivas nesta semana; e o etanol norte-americano tem acompanhado o movimento pessimista”, dizem os analistas.
A ARC Mercosul ressalta sua preocupação diante da vigência da contenção de consumo, uma vez que quase 140 milhões de toneladas do milho estadunidense é destinado anualmente à produção de etanol. “Caso tenhamos a permanência por mais 3-4 meses de uma demanda deteriorada, os estoques do cereal irão ser elevados entre 25-35 milhões de toneladas até o fim de 2020, inflando a oferta mundial do grão”, apontam.
“Fomentando a visão pessimista aos preços do milho mundial, a safra estadunidense – já em processo de plantio – alcançou os 7% da área semeada até este último domingo, sendo dois pontos percentuais superior ao mesmo período em 2019. A ARC vê os contratos do milho spot na CBOT (Bolsa de Chicago) atingindo patamares abaixo os US$ 3,00 com o excesso de oferta”, concluem os analistas.
A T&F Consultoria Agroeconômica aponta, por outro lado, que Coreia do Sul e Taiwan seguem comprando milho, enquanto Brasil, Argentina e Ucrânia continuam vendendo, mantendo os Estados Unidos fora do circuito. “O USDA informou o plantio de milho dos EUA 7% completo durante a noite – cuidado, o BIG CORN está chegando – quadrado no meio dos 5% plantados nesta fase do ano passado, e os 9% tipicamente plantados de acordo com a média de 5 anos”, acrescenta.
“Enquanto isso, a base argentina continua a suavizar à medida que a colheita aumenta e a seca do Brasil está levantando mais alguns temores pela safrinha. No entanto, os preços domésticos também parecem estar caindo. As licenças de exportação da Argentina foram quase 127.000 t durante a noite. Tudo isso, sem mencionar o preço do WTI”, completa a T&F.
Fonte: Agrolink