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Mensalinho – 1 ano: principais provas foram encontradas no computador da secretária de Regina Dubay

Na foto, Estela Maris Simões aparece ao lado da prefeita Regina Dubay e do petista Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann investigada na Operação Lava Jato

A série de reportagens da iTribuna sobre o primeiro ano da revelação de que uma quadrilha agia na prefeitura de Campo Mourão cobrando comissão nos salários dos funcionários comissionados (CC’s), quadrilha essa que contava com a participação de vários membros do alto escalão e, inclusive, com a conivência e conhecimento de Regina Dubay, como ficou comprovado pela investigação do Gaeco, revela que as principais provas contra os quadrilheiros estavam guardados no computador da secretária da prefeita, Estela Simões, que trabalha em sala contígua à de Regina.   

Segundo a reportagem, o MP apontou que uma relação encontrada no computador de Estela demonstrava “que existia um detalhado e amplo controle da arrecadação do malsinado Mensalinho”.

Leiam a íntegra da reportagem da iTribuna:

Entre os oito funcionários indicados por Regina Dubay para atuar em cargos comissionados na prefeitura de Campo Mourão e, denunciados pelo Ministério Público do Paraná por falso testemunho qualificado, o depoimento que mais chama a atenção é o da secretária da prefeita, Estela Simões. A comissionada, que atua na ante-sala do gabinete de Regina, apresentou uma tese de negação, durante depoimento ao Ministério Público, digna de tratados da Psicanalise, negando até a existência de documentos reais que estavam sob sua guarda, protegidos por senha.


Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão autorizado pela Justiça,em 12 de fevereiro de 2014, agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apreenderam no gabinete da prefeitura uma CPU (unidade central de processamento) que era utilizada exclusivamente por Estela. O material pertencente ao município, foi encaminhado para perícia de especialistas em tecnologia da informação da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar).


Para ter acesso aos dados gravados na máquina, técnicos da Celepar foram obrigados a utilizar técnicas para descriptografar a unidade de processamento. Os dados da CPU estavam protegidos por uma senha inserida por Estela. De acordo com relatório apresentado na justiça e assinado por técnicos da Celepar, após a “quebra” da senha, foi encontrada no sistema uma pasta com o nome de “Estela”. Dentro da pasta, havia um subpasta gravada como “Documentos Digitalizados”. No arquivo, além de vários documentos relativos à contratos de locação e a agenda da prefeita Regina, havia uma lista descrevendo relação de ocupantes de cargos comissionados na prefeitura. À frente de cada nome, havia a anotação de valores variados, escritos com caneta.


No documento, possivelmente escaneado, havia anotações manuais com as seguintes inscrições: “OK”, “Valores em Reais”, “PG”, “não alcança o valor”e “recém nomeada”. A lista era relativa ao mês de abril de 2013. Todas as telas foram gravadas por técnicos da Celepar que produziram relatório técnico sobre o material localizado. De acordo com o Ministério Público, a relação encontrada no computador demonstrava “que existia um detalhado e amplo controle da arrecadação do malsinado Mensalinho”.


Negação

Mesmo informada sobre a existência da lista encontrada no computador que utilizava e só era acessado com sua senha, Estela Maris, durante depoimento ao Gaeco, negou veemente a existência do documento encontrado. Ela admitiu que usava o computador, mas diz desconhecer a existência da lista no computador.


A secretaria de Regina falou ainda que desconhecia o recolhimento ilegal de parte de salários de funcionários comissionados e disse que nunca efetuou qualquer pagamento ao esquema, tendo contribuído apenas para um churrasco realizado na secretaria de Obras, no final de 2013.


Foi este depoimento que originou a denúncia do Ministério Público contra a Estela. Para o MP, a secretária da prefeita, “com vontade livre e consciente, dolosamente, fez afirmação falsa e e negou uma verdade consolidada nos autos”. Assim como Estela, outros sete servidores comissionados – Vanessa Lopes Guarato, Michele Cristine Araújo, Guilherme Capelli do Nascimento, Marcia Ferreira de Mello, Osmar Lima Barbosa Filho, Adriana Lucy Paschoal da Silva e Michely Nassar – também foram citados no processo por terem negado que havia um esquema de arrecadação de dinheiro na prefeitura e por afirmarem que as contribuições que fizeram custearam eventos comemorativos.

Fonte: Da Redação com iTribuna

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