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Autismo é levado ao conhecimento da comunidade por meio de ações; fotos

A Associação dos Amigos de Autistas de Campo Mourão (AACM), esteve na manhã deste sábado em diversos pontos da cidade, sobretudo os mais centrais, levando ao conhecimento da comunidade mourãoense o que é o autismo. Diversas informações e experiências foram repassadas por meio de panfletos informativos e comunicação verbal junto às pessoas. Também foram distribuídos balões na cor azul para as crianças, a cor referente ao movimento dos autistas. Durante a semana, algumas lojas da cidade decoraram suas vitrines com várias peças na cor azul, como forma de aderir ao movimento que foi instituído na cidade. A AACM é presidida por Fabiano Cavalheri, e conta com diversos pais com filhos autistas.

 

Desenvolvimento Intelectual

O autista tem como principal característica a individualidade, o que significa curtir vários momentos consigo mesmo, desenvolvendo atividades em silêncio, criando resistência a qualquer interferência alheia. E não é diferente com o Felipe Burack, de 5 anos de idade. Ele está no período inicial escolar. Com dois anos de idade, no entanto, já foi detectada a presença do autismo em sua vida. A partir dali, tanto os avós, como a mãe, Thais Laine de Souza Burack, foram em busca de tratamento e conhecimento sobre o autismo.

Assim, com o tempo, Felipe foi desenvolvendo habilidades pouco comuns até para crianças consideradas normais em sua idade, que seriam o conhecimento matemático, principalmente com a tabuada, e o pronunciar de idiomas como o espanhol e o inglês. De acordo com a mãe, principalmente a facilidade com a matemática foi devido a um hiperfoco característico dos autistas de alta funcionalidade, mas que o transtorno do espectro autista é muito amplo. “Há autistas que se tornam adultos independentes, mas também existem os que são comprometidos, que necessitarão de apoio durante a vida inteira. Quanto menor a criança, maior a sua capacidade de desenvolvimento, e por isso é tão importante o diagnóstico precoce e tratamento multidisciplinar adequado”, diz a mãe.

Thais ressalta ainda que no começo (o conhecimento da presença do autismo), foi um choque, por não se conhecer muito do assunto, mas depois que foi conhecendo, estudando, ela descobriu que foi um presente de Deus na sua vida e de sua família. “Temos a missão de fazer a vida de uma pessoa especial ser normal como a nossa. Este desenvolvimento dele as vezes preocupa, por ser uma evolução muito rápida, pois isto pode afastar de outras crianças, que na idade dele querem brincar de carrinho, por exemplo, mas por outro lado é um alívio, por saber que seu filho vai se desenvolver e provavelmente ver ele entrar no mercado de trabalho, ter sua independência”, ressalta a mãe.

Um dos pais dos autistas mourãoenses, Sandro Campos Soares, deixa claro que eles se organizaram para que seus filhos possam ter atendimento gratuito e de qualidade. “Temos uma lei nacional denominada Berenice Piana, sob o número 12.764/2012, datada de 27 de dezembro de 2012, que instituiu a Política Nacional dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, por isso, temos que fazer realmente valer esses direitos. Até o ano passado (2014), a APAE atendia os autistas de grau mais severo e os de grau leve ficaram no ensino regular (alunos de inclusão), sem nenhum tipo de tratamento de saúde e sem auxiliar dentro de sala de aula. Com nossa união, conseguimos que tirassem essas crianças deste limbo. Assim, a APAE começará atendê-las com tratamento de fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, equoterapia e neuropediatria. A Rede Municipal de Ensino também está treinando as professoras de berçário e educação infantil para identificar as características do autismo e como trabalhar com estes alunos da melhor forma”, discorre o pai.

 

 

Troca de Informações

Esta necessidade de compartilhar também com a comunidade informações sobre o autismo é também bem vista por profissionais que geralmente lidam com estes casos junto às crianças. A terapeuta ocupacional especialista em neurologia, Laísa Sarubo, conhecedora da questão de espectros como este, é convicta em afirmar que a mobilização dos pais é importante para que se crie uma certa evolução em estudos a respeito deste caso, e também para que futuros pais que venham a detectar em seus filhos o autismo não criem “pavor”.

“Existe a necessidade de cuidar, de ter conhecimento, de lidar com a situação, de saber se relacionar com os autistas, pois eles tem sim o seu mundo, a sua individualidade e isto deve ser respeitado, pois é uma característica em particular em todos os autistas. Nós, que temos conhecimento e estudo adquirido já sobre estes casos, devemos sim estar juntos e de mãos dadas para que assim possamos a cada dia conviver da melhor forma e entender a reação de todos os pais (na descoberta do autismo), por exemplo, momento em que os mesmos devem ser orientados da melhor forma”, conclui Laísa.

 

Datas Importantes

A Organização da Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Para os pais de autistas, no entanto, a opinião é unânime em definir que para todos esta data é todo dia, afinal sabem o quanto o diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais para o desenvolvimento de uma criança autista. De acordo com a Lei Municipal de Campo Mourão, sob o número 3558/2015, acontece na cidade a Semana Municipal de Conscientização do Espectro Autista, todos os anos, na primeira semana de abril.

Fonte: Da Assessoria/Diego Reis

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