Animal foi resgatado por patrulheiro e adotado por casal na Flórida; antigo tutor foi indiciado por crueldade animal grave
Não há outra palavra para definir Trooper: resiliente.
O cão, que foi deixado cruelmente amarrado a uma cerca durante o furacão Milton, em outubro do ano passado, derrotou o câncer poucos meses depois de ser resgatado e encontrar seu lar definitivo.
Trooper, um bull terrier branco, foi encontrado abandonado para morrer e cercado por águas de enchentes na saída da rodovia interestadual 75, perto de Tampa (Flórida, EUA) pouco antes do devastador furacão de categoria 3 atingir a costa do estado do Sul.
Depois que um agente da Patrulha Rodoviária da Flórida encontrou Trooper (nome dado em homenagem ao patrulheiro), Frank e Karla Spina adotaram o animal.
Mas apenas duas semanas na nova vida de Trooper, os Spina notaram alguns caroços do tamanho de uma pequena moeda no seu lado esquerdo. Um veterinário diagnosticou seu mais novo membro de quatro patas com câncer, realtou reportagem da CBS News.
“O médico imediatamente disse: ‘Ah, não, esses são tumores de células de câncer’. Foi um colapso total”, contou Frank, aliviado com a remissão da doença.
O veterinário removeu o câncer, mas observou que havia um problema no estômago do Trooper. O cão, na antiga casa, havia consumido um saco plástico de freezer que pesava pouco mais de dois quilos.
“Era uma combinação de cerca de 110 ou 120 pedaços de lixo”, disse Frank.
Trooper passou por cirurgia que durou mais de quatro horas. Além do plástico, havia pedaços de borracha e metal no estômago do cão.
“Você consegue imaginar o quão faminto ele devia estar para ingerir um pedaço de metal ou pedaços de borracha?”, indagou Frank.
O antigo dono de Trooper, Giovanny Garcia, de 23 anos, foi acusado de crueldade animal grave. Ele alegou ter deixado o animal para trás porque “não conseguiu encontrar ninguém para pegar o cachorro”.
A Leon County Humane Society interveio para ajudar Trooper após o resgate. O caso provocou comoção em redes sociais. Houve uma onda de interessados em adotar o cão, mas no fim, a organização sem fins lucrativos escolheu Frank e Karla para adotá-lo porque eles cuidam de bull terriers há mais de três décadas.
“Não temos filhos. Esses são nossos filhos”, declarou Frank, que tem outro cão.
O furacão Milton se tornou o segundo mais intenso já registrado sobre o Golfo do México, atrás do furacão Rita, em 2005, provocando a morte de 35 pessoas e prejuízo estimado em US$ 34 bilhões. O Milton atingiu a Flórida menos de duas semanas após o furacão Helene ter devastado a região.