Entidades sindicais tentam negociar aumento com a companhia
Os funcionários da Companhia Paranaense de Energia (Copel) tentam negociar um aumento com a com a nova administração. Um acordo coletivo organizado pelas entidades sindicais deve ser deliberado na terça-feira (26) e quarta (27) da próxima semana e pode culminar em uma greve.
Os trabalhadores reivindicam a manutenção dos benefícios conquistados nas últimas décadas, como as horas extras, e aumento real de 3% além do reajuste da inflação.
Em entrevista à Banda B, Alexandre Martins, que é presidente do Sindicato dos Eletricitários (SINDENEL), os trabalhadores da Copel não tem um aumento há uma década.
“A situação é bem delicada hoje para o quadro funcional. A percepção que nós temos é que a proposta vai ser recusada. Ela não avançou e a última assembleia deliberativa quebrou recorde de negativa para uma proposta dentro dos acordos estabelecidos na Copel”, conta ele.
Além disso, caso não exista uma solução para as reivindicações, a greve pode ser definida já na semana que vem.
“Caso seja reprovado, pedir de imediato a reabertura das reuniões negociais para tentar avançar de uma forma negociável. Caso a empresa não atenda esse pedido, vamos fazer uma nova assembleia para encaminhamentos de greve ou judiciais”, completou.
O presidente da SINDENEL reconheceu a dificuldade nas negociações e apontou que falta expertise em componentes da alta gestão da Copel.
“O que eu procurei levar para essa nova gestão é que o que está privatizado são o ativos operacionais e empregatícios, mas a energia elétrica em qualquer país é concessão. E não se compra concessão”, diz.
“Caso a empresa perca os empregados, que são altamente especializados, os resultados vão ser catastróficos para o Estado e para a segurança do sistema interligado e nacional. Aí põe em risco inclusive a concessão. Mas a alta gestão, aparentemente, não tem essa visão. É gente nova do mercado privado, mais de empresa do ramo alimentício e outras”, finalizou.
O que diz a Copel?
Em nota, a Copel informa que está em processo de negociação com os colaboradores, por intermédio dos vários sindicatos que os representam, a propósito do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e dos benefícios que este instrumento traz.
A proposta da empresa inclui a correção salarial com base na inflação, que tem reflexo nos benefícios adicionais que fazem parte do pacote de remuneração, abono salarial, além de manter sem alteração mais de 30 clausulas de acordos anteriores.