Meteorologistas alertam para possibilidade de formação de um ciclone no Oceano Atlântico na próxima terça-feira (12). Sistema deve trazer chuvas e ventos fortes para o Sul do país.
Depois de uma semana de muitas pancadas de chuva, o fim de semana deve ser tempo instável em boa parte do país. De acordo com a Climatempo, uma frente fria deve ser formar no Sudeste ainda nesta sexta-feira (8) e canalizar umidade da Amazônia.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), boa parte de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, leste de Minas Gerais, todos os estados do Centro-oeste, Rondônia, sul do Amazonas, sul do Pará e Tocantins tem risco de temporais nos próximos dias.
🟠Nessas regiões, os acumulados podem chegar a 100 milímetros por dia, com ventos intensos, de até 100 km/h. As chuvas previstas para esses locais foram classificadas pelo Inmet em um aviso meteorológico “laranja”, que qualifica as chuvas como de “perigo”. (saiba mais abaixo)
Segundo Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, a frente fria deve se formar nesta sexta em São Paulo e já avançar para os demais estados do Sudeste no sábado (9).
“O sábado vai ser de temporais no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e também em Goiás, Distrito Federal, Tocantins e Rondônia”, afirma.
Esse sistema deve canalizar umidade da Amazônia e, assim, levar umidade também para a região Centro-Oeste e para parte da região Norte. De acordo com o Inmet, há possibilidade da formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul. (entenda mais abaixo)
No Sul, o tempo deve ficar mais estável, com uma leve diminuição das temperaturas. “O Sul pode ter um pouquinho de frio, mas nada de frio muito extremo”, comenta Luengo.
No Nordeste, a previsão é de tempo firme e seco. O sul da Bahia pode registrar alguns temporais ao longo do fim de semana.
No domingo (10), a frente fria deve seguir avançando, atingindo o sul da Bahia, norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo. A faixa que se estende do Amazonas, passando por Tocantins, norte de Goiás, Pará e Rondônia também deve ter chuva.
Corredor de umidade
A frente fria vinda do oceano, que avança a partir do Sudeste do país, pode criar um corredor de umidade que deve canalizar umidade da Amazônia.
Segundo o Inmet, a atuação de um cavado também deve contribuir para a organização de uma faixa de nebulosidade na região.
⛈️Cavados são áreas alongadas de baixa pressão. Esse fenômeno meteorológico acontece quando há uma corrente de vento que ajuda na formação de nuvens de tempestade.
Esse cenário é potencial para a configuração da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), segundo o instituto. Para que a ZCAS se estabeleça, é necessário que o canal de umidade persista por ao menos quatro dias consecutivos.
➡️A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) se caracteriza por uma extensa faixa de nuvens que normalmente vai do Norte ao Sudeste do país. O sistema é responsável por manter o tempo instável nessas regiões, gerando acumulados consideráveis de chuva
Ciclone bomba
Após dias de tempo instável e chuvas fortes no Sul, os meteorologistas alertam para a possível formação de um ciclone bomba no Oceano Atlântico na próxima semana.
“Um ciclone bomba nada mais é quando uma área de baixa pressão (no caso, um ciclone extratropical) ganha força muito rápido”, explica Luengo.
O meteorologista também comenta que, por ser um fenômeno de rápida formação, a tendência é que seja um ciclone mais forte. Mas os efeitos dependem da distância que ele fica do continente.
🌀Os modelos indicam que esse ciclone tem como trajetória um afastamento do Brasil, ou seja, não vai passar pelo país.
Apesar disso, ele deve contribuir para o aumento da intensidade dos ventos no Sul, além de trazer tempestades para a região.
As previsões atuais indicam que os ventos podem chegar a 80 km/h, especialmente no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com possibilidade de ressaca.
Com relação à chuva, Luengo destaca que os volumes devem ser expressivos.
“A chuva deve ser forte, mas nada tão catastrófico quanto os temporais visto em abril e maio na região”, compara.
Avisos meteorológicos do Inmet
O Inmet, atualmente ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, mantém o “Alert-AS – Centro Virtual para Avisos de Eventos Meteorológicos Severos”.
⚠️Além da previsão e do monitoramento do tempo em geral, entre outras atividades, o Inmet emite “avisos meteorológicos”, nos quais classifica em três níveis de intensidade o fenômeno observado: amarelo (perigo potencial), laranja (perigo) e vermelho (grande perigo).
Os avisos do sistema Alert-AS do Inmet NÃO têm relação com os alertas oficiais, que são usados pela Defesa Civil quando há risco à população. Eles são feitos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).