Em caso inusitado, paranaense conta como descobriu, por acaso, que estava “desaparecida” há 11 anos

Em entrevista à CRESCER, a costureira Dayanara Spring, que é mãe de uma menina, relembrou um fato inusitado que aconteceu com ela — após ter a bolsa roubada, ela foi a delegacia registrar um boletim de ocorrência, mas acabou descobrindo algo chocante: constava como desaparecida há 11 anos

Era março de 2019. Na época, Dayanara Spring, que é de Foz do Iguaçu, mas atualmente mora em Curitiba, no Paraná, conta que teve a bolsa roubada e foi a delegacia registrar um boletim de ocorrência. “Minha carteira de trabalho estava dentro, e eu precisava fazer a segunda via”, lembra. Ela só não imaginava o que iria descobrir. “Chegando lá, eles colocaram meus dados no sistema e constou que eu estava desaparecida nos últimos 11 anos”, conta.

⁠”Quando me falaram, pensei: ‘Será que eu sou de outra família? Quem sabe eles são ricos? (risos)”, lembra. “Mas também pensei que poderia ter algo com a viagem que tinha feito na época para a China, relacionada tráfico, e fiquei bem preocupada. Até que o policial olhou no registro e viu que foi por conta da vez que fugi de casa, em 2008. Minha família esqueceu de avisar sobre meu retorno e não deram baixa no sistema”, explica.

Sobre o episódio da fuga, Day esclareceu: “Na época, eu estava com 14 anos. Decidi fugir em uma sexta-feira, após sair da escola, acreditando que poderia ser independente e me virar sozinha. Fiquei três dias desaparecida e voltei na terça-feira. Eu morava com meus tios e nos reencontramos no conselho tutelar”.

Na Polícia Civil, Day disse que foi informada de que seu nome estava na lista de desaparecidos porque “só agora estão passando os casos para o sistema”. Depois de regularizar a situação, onze anos depois, ela brinca: “Hoje em dia, eu ‘apareci’. Não consto mais no sistema como desaparecida”, diverte-se ela, que é costureira e fotógrafa, tem 30 anos e uma filha de 11.

Apesar do fato ter acontecido há 5 anos, Day só compartilhou recentemente. A história tem chamado atenção nas redes sociais. “Viralizou! É uma história inusitada da minha vida sendo contada para milhares de pessoas. Para mim, é engraçado, pois estou bem e não aconteceu nada demais. Mas, a verdade é que, se pararmos para pensar que fiquei onze anos em um amontoado de documentos como desaparecida e ninguém veio atrás, é bem preocupante”, finalizou.

A CRESCER entrou em contato com a Polícia Civil do Paraná para entender o caso e aguarda retorno. Por causa disso, essa reportagem pode sofrer alterações.

Revista Crescer/Globo