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Paranaense que vive nos EUA reforma casa de ex-babá 23 anos depois em São Pedro do Ivaí [vídeos]

Karina Sousa deu início a uma campanha que presenteou sua antiga babá, Clarice, de 62 anos, do interior do Paraná, com uma casa nova. A mobilização foi tanta que, em dois anos, a obra está 95% concluída — “Só falta pintar”

Em 2021, Karina Sousa (@ospevermelhonaamerica), 44 anos, uma brasileira residente nos Estados Unidos, viralizou ao compartilhar o vídeo emocionante do reencontro com sua antiga babá, 23 anos depois. Ela foi de surpresa à casa de Clarice, 62 anos, em São Pedro do Ivaí, interior do Paraná. Na época, Karina fingiu ser uma vendedora de joias, e a ex-babá disse que não compraria nada, justificando: “Vou fazer a minha casa, não posso gastar”.

Mas, logo depois, ela reconheceu Karina: “Nossa senhora, é a Karina!”, grita Clarice, surpresa, já abrindo o portão de casa. As duas, então, se abraçam. “Minha menininha, Meu Deus”, diz a ex-babá. “Depois de 23 anos, fui rever esta mulher mais que especial na minha vida”, disse Karina, emocionada. “Depois que o vídeo viralizou, as pessoas me incentivaram a fazer uma campanha para reformar a casa dela. Então, começamos, aqui mesmo, nos Estados Unidos, com a arrecadação de dinheiro e venda de bonés do Pé Vermelho, meu perfil no Instagram. As pessoas, na nossa cidade — São Pedro do Ivaí, no Paraná —, também abraçaram a campanha e ganhamos muitas coisas: tijolos, vidros, cimentos, lajotas…”, conta.54

Mas não foi fácil. “Tivemos um problema com o pedreiro, pois pagamos adiantado e ele não terminou a obra. Então, fomos atrás de mais dinheiro, vendemos mais bonés no Brasil, e a Clarice também precisou fazer um financiamento”, contou Karina à CRESCER. “A família da Clarice também ajudou muito. Foram dois anos, mas agora só falta pintar. Então, fizemos uma entrega simbólica em julho, antes de eu voltar para os Estados Unidos”, afirma.

A antiga casa de Clarice — Foto: Reprodução/Instagram
A casa está particamente pronta — Foto: Reprodução/Instagram

Agora, no lugar da antiga casa de madeira, há uma casa totalmente nova. “Sem a ajuda de vocês, nada disso seria possível. Tivemos dias de glórias, mas também obstáculos no meio do caminho, mas conseguimos finalmente concluir a casa”, disse Karina, em um vídeo recente. Clarice complementou, dizendo: “Foram muitas doações, muitas! Eu só tenho que agradecer a Deus, a todos que me ajudaram, à Karina, que deu início, abraçou a causa e disse: ‘Vamos, que nós vamos conseguir’. E está aqui, essa casa bonita que, para mim, é um palácio”, declarou.

Sobre o reencontro

Em entrevista exclusiva à CRESCER, Karina explicou porque decidiu reencontrar a ex-babá. “Clarice começou a trabalhar com a gente em 1985. Na época, eu tinha 5 anos. Ela cuidava de mim e dos meus dois irmãos. Sempre foi uma mulher muito alegre e muito batalhadora. Ela criou os dois filhos sozinha. Toda a família dela tinha muito carinho por mim, e era um amor recíproco. Passamos muitos momentos bons, mesmo depois que ela parou de cuidar da gente. Clarice voltou a estudar e, aos fins de semana, continuava ajudando a minha mãe ou vinha apenas visitar a gente”, lembra.

O reencontro, em 2021 — Foto: Reprodução/Instagram

Karina conta que São Pedro do Ivaí, onde morava, é uma cidade com 10 mil habitantes. “Meu pai teve comércio lá por 25 anos, então, nossa família é bem conhecida. Toda vez que vou pra lá é uma alegria”, diz. “Mudei para os Estados Unidos em 1998, onde casei e tive três filhos”, conta. E, em uma das vindas ao Brasil, Karina decidiu reencontrar a ex-babá. “Consegui visitar minha cidade natal e quis rever pessoas que marcaram minha vida. Foi, então, que resolvi fazer a surpresa para Clarice. A gente sempre conversava por Facebook, e eu não esperava essa reação dela”, admite.

Karine com a ex-babá, Clarice — Foto: Reprodução/Instagram

“Foi muito emocionante ver que, com o passar do tempo, o amor que tínhamos uma pela outra não acabou. A vida de imigrante, longe da família, é muito sofrida. Aprendemos a dar valor a cada abraço, a cada amizade que, mesmo longe, não esquece da gente”, completa. “Clarice sempre trabalhou demais para criar os dois filhos sozinha. Ela sempre foi uma mulher guerreira, mas quando eu vi a situação da casa que ela mora, senti vontade de ajudar. A casa era de madeira simples e precisava muito de uma reforma. Sei que sozinha, ela não teria condições de fazer”, finalizou.

Revista Crescer/Globo

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