Acusado está preso desde fevereiro pelo crime de roubo
Atual companheira do ex-namorado da vítima assumiu ataque. Polícia encontrou mensagens no telefone dela indicando que homem a convenceu a cometer o crime. Casal está preso. Defesa nega que ele tentou matar a vítima.
O ex-namorado de Isabelly Aparecida Ferreira Moro, jovem atacada com soda cáustica, foi o mandante do crime, segundo denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ele está preso por outros delitos.
O ataque contra Isabelly foi em uma rua de Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná, em maio. A vítima ia para academia quando foi atingida. Ela ficou internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Débora Custódio, de 22 anos, foi presa pela Polícia Militar do Paraná (PM-PR) dois dias após o ataque. Ela foi identificada como atual companheira do ex-namorado de Isabelly.
Segundo o Ministério Público, após a análise dos dados extraídos do aparelho celular de Débora, descobriu-se que o homem, de 28 anos, planejou o crime. Conforme a denúncia, mesmo preso, ele apoiou os atos preparatórios, convencendo a companheira a aderir ao plano e atacar Isabelly.
“Eles conversam sobre o disfarce, sobre a peruca, sobre a roupa, como ela iria se esconder depois que praticasse o crime. Ele exerce uma pressão nela para cometer o crime. Em alguns momentos, ela diz que não vai fazer, chega a recuar na prática do crime, mas ele determina que ela faça”, disse a delegada Caroline Fernandes, responsável pelo caso.
De acordo com o MP, a acusada chegou a estudar a rotina da vítima para surpreendê-la.
As investigações apontaram que áudios armazenados do celular de Débora indicam a motivação do crime e que o homem tinha “verdadeiro domínio do fato criminoso”, conforme o MP.
Por meio de nota, os advogados Jean Campos e Laís Vieira, responsáveis pela defesa de Débora Custódio, afirmam que a cliente agiu “sob coação, executando o crime por medo e temor, sem ter outra alternativa”.
O advogado Igor Ogar, que defende o acusado, disse que o cliente dele não cometeu tentativa de homicídio, e, por isso, “não pode responder por algo além do que praticou, pois não existe nada que prove dolo na sua conduta”.
Acusado está preso desde fevereiro
Conforme o Ministério Público, o ex-namorado de Isabelly tem condenações por crimes anteriores e está preso preventivamente desde fevereiro de 2024 por roubo majorado por concurso de pessoas e emprego de arma branca.
Segundo o órgão, após tomar conhecimento dos áudios no celular de Débora, a Polícia Civil instaurou um novo inquérito policial para apuração da conduta do homem.
Ele foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado. A denúncia considerou também as qualificadoras de uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de meio cruel, feminicídio e motivo torpe.
Para o MP, o crime foi cometido pelo homem em razão do sentimento de posse que nutria em relação à ex-namorada e de vingança pelo término do relacionamento, enquanto a denunciada agiu motivada por ciúmes e inveja da vítima.
Débora Custódio foi denunciada pelos mesmos crimes.
Segundo a PM, a vítima teve queimaduras no rosto, no peito e na boca. De acordo com a polícia, ela provavelmente ingeriu parte da substância.
Ela foi sedada, intubada e ficou 17 dias internada em estado grave na UTI do Centro de Tratamento de Queimados.
Apesar de o produto ter atingido muitas partes do corpo de Isabelly, ela não teve sequelas visíveis. Em alguns casos, o produto pode causar queimaduras de até terceiro grau.