‘Parecia um abraço muito apertado. Eu sabia que eles iriam me desenterrar e apenas esperei’, relembrou a mulher
A norte-americana Ashley Piccirilli, de 35 anos, trabalhava havia menos de um mês em uma construção civil em Northampton, na Inglaterra, quando foi enterrada viva, em agosto de 2021. O trágico acidente lhe provocou diversas hemorragias, dezenas de costelas quebradas e o pulmão colapsado.
Ashley estava a cerca de quatro metros de profundidade em uma trincheira acumulando cascalhos ao redor de um cano de esgoto quando quando ouviu de um colega: “Cuidado!”. Em poucos segundos, a mulher assistiu ao desabamento de uma parede da trincheira e logo foi soterrada por milhares de quilos de terra. As informações são da empresa médica Baystate Health.
“Parecia um abraço muito apertado. Respirei superficialmente e permaneci calma. Eu sabia que eles iriam me desenterrar e apenas esperei”, relembrou ela.
Ashley foi desenterrada cerca de 30 minutos depois. Os colegas de trabalho dela usaram uma escavadeira e as mãos para encontrá-la. Os paramédicos, que logo compareceram ao local, levaram cerca de 20 minutos para estabilizar o quadro de saúde da americana.
“Lembro que estava dizendo aos paramédicos que tinha dificuldade para respirar”, disse Ashley. “Eles estavam me perguntando qual era meu nome e nem sei se respondi.”
A mulher foi socorrida ao hospital com todas as costelas do lado direito do corpo fraturadas, além de ter tido o pulmão colapsado e sofrido várias hemorragias internas. A vítima também fraturou a clavícula e teve o baço rompido.
“Enquanto uma equipe de trauma e emergência de mais de dez pessoas lutava para manter os sinais vitais de Ashley, eles trabalharam para identificar rapidamente a gravidade de seus ferimentos internos”, divulgou a Baystate Health.
Durante o atendimento, os médicos encontraram a hemorragia em Ashley mesmo depois de ela ter o baço removido. Eles descobriram que a veia cava dela, uma das maiores veias que transporta sangue de outras áreas do corpo para o coração, estava gravemente ferida.
“Quando percebemos o que havia acontecido, consegui estancar temporariamente o sangramento com a mão. Pedimos ajuda adicional de anestesistas, enfermagem e outros cirurgiões. Ela parou nesse período, o coração dela parou, mas conseguimos reiniciá-lo muito rapidamente depois de abrir o peito. Com os cirurgiões de trauma adicionais, colocamos uma pinça na veia grande e conseguimos fechá-la para estancar o sangramento”, disse o Kramer, médico que a socorreu.
Após os procedimentos iniciais, ela foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com a promessa de que passaria por uma segunda cirurgia. Ela recebeu cuidados intensivos na UTI por uma semana. Com um tubo respiratório instalado, ela se comunicava com os cuidadores e a família com caneta e papel, segundo a Baystate Health.
Ela passou mais três semanas se recuperando dos ferimentos na Unidade de Cuidados Intermediários (Intercare), uma unidade da UTI para tratar pacientes traumatizados e cirúrgicos.
Após passar por fisioterapia e terapia ocupacional, a americana recebeu alta e continuou com o tratamento em casa. Dez meses mais tarde, Ashley escalou o Monte Washington, que tem 1.917 metros de altitude no topo. Um ano depois do acidente, passou no Teste de Aptidão Física do Exército (APFT).
Hoje, Ashley é suboficial do Exército dos EUA na Guarda Nacional de Massachusetts, e depois de se formar na escola de aviação do Exército, pilota os helicópteros UH-72 Lakota e UH-60 Black Hawk da Base Aérea da Guarda Nacional de Barnes em Westfield.